A 3 de dezembro assinalam-se 150 anos sobre o nascimento do poeta altense Cândido Guerreiro e, para comemorar a data, o Município de Loulé promove um programa de atividades dedicado a esta figura maior da cultura algarvia. O dia começa com o descerramento da placa toponímica «Passeio Cândido Guerreiro», pelas 11h, com encontro junto à Fonte Pequena. Segue-se a apresentação do Passeio Literário Cândido Guerreiro, pela aldeia, guiado por alunos da Escola Profissional Cândido Guerreiro.

A iniciativa nasce no contexto das atividades desenvolvidas pelas investigadoras do Projeto Lit&Tour, que visa estudar e promover as diversas manifestações do diálogo entre a Literatura e o Turismo. Este passeio dá a conhecer alguns episódios da vida e da obra do poeta Cândido Guerreiro, através de uma visita ao seu local de nascimento, aos locais da infância e de inspiração poética, na companhia da sua poesia, com sete pontos de paragem: Fonte Grande, Fonte Pequena, Rua dos Pisadoiros, Casa de Cândido Guerreiro, Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Polo Museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte e Cemitério.

Às 15h, no auditório da Escola Profissional Cândido Guerreiro, os alunos deste estabelecimento de ensino irão assistir a um recital de poesia cantada de Cândido Guerreiro, por Eduardo Ramos. Às 19h, a sessão é dirigida ao público em geral. A exposição «O tempo de Cândido Guerreiro», de Jorge Graça e Eduardo Branco, que vai estar patente ao público até 3 junho 2022, inaugura às 18h, no Polo Museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte.

Nascido em Alte a 3 de dezembro de 1871, Francisco Xavier Cândido Guerreiro foi um advogado, dramaturgo e poeta pós-simbolista. Formou-se em direito na Universidade de Coimbra, em 1907. Foi notário em Loulé e em Faro. Foi também presidente das Câmaras Municipais de Loulé e de Faro, no período compreendido entre 1923 e 1941. Da sua ação em Loulé destaca-se a eletrificação da vila, em 1916.

Cândido Guerreiro foi republicano moderado. Os tempos que antecederam Coimbra, de feição conservadora, aliados ao convívio político e literário de filósofo nacionalista e republicano moldaram uma personalidade sem extremos. Fez parte do grupo da «Renascença Portuguesa» e teve colaboração em diversas revistas. A 10 de abril de 1953 faleceu em Lisboa e foi sepultado em Faro. A 4 de dezembro de 2000 foi realizada a translação para o cemitério de Alte.