Pode-se dizer que «à terceira foi de vez» e Francisco Amaral saiu das Eleições Autárquicas de 26 de setembro com maioria absoluta na Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Castro Marim, para além do PSD ter conquistado também todas as Juntas de Freguesia deste concelho de baixa densidade do sotavento. “O povo de Castro Marim reconheceu o trabalho que temos desenvolvido e atribuiu-nos uma responsabilidade muito grande ao votar massivamente nesta lista. Foi um resultado histórico, ainda para mais porque, nos últimos oito anos, nunca tinha tido maioria absoluta na Assembleia Municipal, órgão que serviu bastantes vezes de entrave ao exercício deste executivo”, recorda o médico de profissão.
A vitória estrondosa vai permitir, então, à equipa de Francisco Amaral trabalhar, durante os próximos quatro anos, sem qualquer obstáculo ou bloqueio, o que não significa que a tarefa seja fácil, até porque “há que recuperar o tempo que se perdeu nos outros mandatos”. “Temos que levar água potável a todas as casas deste concelho, já que, apesar do esforço que fizemos para isso acontecer em mais de 30 povoações, a cobertura ainda não é total. Mas também é preciso renovar a rede de água e saneamento na sede do concelho, que tem mais de 70 anos de existência e todos os dias rompe. Infelizmente, os fundos comunitários já não estão focados nessa área, mas teremos que arranjar uma solução para Castro Marim e Altura”, frisa o entrevistado, antes de falar de uma preocupação partilhada por todos os autarcas portugueses, a habitação. “Castro Marim é dos concelhos de Portugal com mais casas de segunda habitação, mas primeira habitação para os jovens não existe, daí termos que arranjar loteamentos para autoconstrução e construção a custos controlados”, aponta.
Para esse fim está a ser desenvolvida a Estratégia Local de Habitação, condição essencial para depois a autarquia poder concorrer ao programa governamental «1.º Direito», mas a verdade é que a edilidade já há vários anos que vem ajudando as famílias mais carenciadas a pagar as rendas de casa, a par de outros importantes apoios sociais. “Quero rever o Regulamento da Ação Social porque sou confrontado, diariamente, com situações «do arco da velha». Ainda há poucos dias veio cá uma pessoa quase completamente cega e que está à espera de uma consulta de oftalmologia há dois anos. E depois provavelmente terá que aguardar mais uma série de anos por uma operação às cataratas. É horrível”, desabafa.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #315 by Daniel Pina - Issuu