O Centro Comunitário de Alvor recebe, no dia 10 de dezembro, as I Jornadas de Gastronomia de Portimão – da Ria ao Barrocal, destinadas a valorizar os produtos da região e a sensibilizar os participantes para as questões ambientais relacionadas com a sustentabilidade gastronómica, enquanto fator de promoção turística.


Após um passeio matinal pela Ria de Alvor, aberto a todos os participantes, a sessão de abertura das Jornadas está marcada para as 10h, a que se seguirá mesas-redondas sobre as raízes e o futuro da gastronomia local. Em simultâneo, haverá a preparação ao vivo de duas iguarias, numa combinação entre ancestralidade e modernidade gastronómica: por um lado, a senhora Diamantina, de Alvor, demonstrará a preparação dos milhos aferventados, prato típico da quadra natalícia e feito com milhos, enchidos e cinzas, ou seja, a nixtamalização do milho; ao mesmo tempo, e do outro lado do palco, o «chef» João Oliveira, do Restaurante Vista, com uma estrela Michelin, preparará uma sugestão para utilização de algas na alimentação.

Esta iniciativa resulta de uma organização entre o «chef» e consultor gastronómico Óscar Cabral e a SOMAR.BIO, uma associação algarvia de preservação e educação ambiental, contando com a parceria da Junta de Freguesia de Alvor e os apoios da Associação de Turismo de Portimão e do «chef» João Oliveira, entre outros. “É urgente valorizar o património alimentar das comunidades, pelo que estas jornadas pretendem debater o ecossistema da gastronomia e o seu impacto no território e nos ativos turísticos da região, trazendo a palco os atores que lhe dão forma, como os produtores, os restaurantes, o poder local, os cozinheiros, os académicos, enfim, criando plataformas de cooperação para que a gastronomia continue a colher a celebração permanente que merece”, refere Óscar Cabral, que também é professor de Cozinha nas Escolas do Turismo de Portugal. Já Carolina Fontinha, responsável pela SOMAR.BIO, salienta que “um evento desta natureza permite-nos captar a atenção das comunidades para o trabalho de sensibilização ambiental e de preservação dos ecossistemas, os quais não podem ser alheios à vertente do consumo alimentar e, com isso, à preservação da gastronomia local, fomentando-se a existência de cadeias curtas de abastecimento (do produtor ao consumidor, de forma direta), com menor pegada ambiental, sem esquecer a valorização e utilização com parcimónia e regra dos recursos marinhos, onde se inserem os bivalves, as algas, e todos os outros produtos da economia azul associados à gastronomia”.