Em Tavira, Ana Paula Martins é uma das novas presidentes de câmara do Algarve a ser eleita nas Autárquicas de 26 de setembro, apesar de já ter desempenhado esse cargo após a saída do anterior edil Jorge Botelho para o Governo de António Costa. Uma vitória com maioria na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal, o país parecia ter vencido finalmente a luta contra a pandemia, portanto, avizinhavam-se quatro anos de muito trabalho, mas não tão penosos como 2020 e 2021. O cenário, entretanto, mudou drasticamente nas últimas semanas, mas Ana Paula Martins conhece bem os cantos à casa e tem a lição bem estudada.
“É uma equipa nova, não transitou nenhum vereador do anterior mandato, mas estamos preparados para abraçar os desafios que temos pela frente. O covid tem sido um problema para todos os autarcas, mas temos conseguido contrariar o aumento desenfreado de casos, procurando constantemente soluções para enfrentar este inimigo invisível e sem deixar cair os nossos projetos, o programa eleitoral que foi sufragado pela população”, refere a entrevistada, em início de conversa.

Uma das prioridades para 2021-2025 é a habitação, tanto social como construção a custos controlados e de renda acessível, tendo para isso sido aprovada a Estratégia Local de Habitação e assinado um protocolo com o IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana no valor de 15 milhões de euros, no âmbito do «1.º Direito». “O preço geral das casas em Tavira sempre foi ligeiramente superior à média do Algarve, mas a situação agravou-se bastante nos últimos quatro ou cinco anos, devido também às alterações que se verificaram no mercado de arrendamento. As pessoas não conseguiam comprar casa, mas alugavam uma por 300 ou 400 euros mensais, agora falamos em 750, 800 euros, é incomportável para a maioria dos portugueses”, reconhece Ana Paula Martins. “Nota-se uma maior apetência da parte dos proprietários pelo alojamento local do que pelo arrendamento ao ano, mas não nos podemos esquecer que atravessámos também uma crise imobiliária em que simplesmente não se construiu. E os benefícios fiscais atribuídos aos estrangeiros na aquisição de casas foi outra agravante”, analisa.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #317 by Daniel Pina - Issuu