Para a comunidade escolar de Quarteira, o 17 de dezembro foi um dia muito especial, com a vinda do Primeiro-Ministro, António Costa, à Escola EB 2,3 D. Dinis para inaugurar a obra de requalificação levada a cabo neste estabelecimento de ensino e que constituiu um dos mais significativos investimentos ao nível da rede de equipamentos escolares algarvios, não só pela dimensão do projeto, mas também pelo seu valor, na ordem dos 6,5 milhões de euros. O edifício, localizado entre Quarteira e Vilamoura, foi construído em 1985 e encontrava-se em avançado estado de degradação. Após a sua demolição total, nasceu uma «nova» escola que possui 24 salas de aula, duas salas de Educação Visual e Tecnológica, uma sala de Educação Visual, duas salas de Tecnologias de Informação e Comunicação, duas salas de Música, dois laboratórios, uma sala polivalente com bancada retrátil e refeitório, centro de recursos, gabinete médico e de psicologia, entre outras valências.

Manuel Nora, diretor da Escola EB 2,3 D. Dinis

Naquele que foi o derradeiro dia de aulas antes das férias de Natal e o fim do primeiro período letivo, muitos alunos não esconderam o seu entusiasmo na receção ao governante, que se vez acompanhar pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Durante a visita ao novo espaço, António Costa conheceu os projetos educativos que ali são desenvolvidos, tendo como foco a comunidade envolvente, com o objetivo de criar uma escola cada vez mais inclusiva. E, a partir deste momento, iniciativas como a leitura assistida por animais, o clube de aeromodelismo ou o acompanhamento a crianças com necessidades especiais ganham um impulso suplementar com as novas condições que este equipamento moderno e funcional irá proporcionar, ao mesmo tempo que vai “ajudar a alterar os ambientes de aprendizagem”, referiu o diretor da Escola EB 2,3 D. Dinis, Manuel Nora. Num universo de 600 alunos marcado pela multiculturalidade, 31 por cento dos estudantes têm diferentes línguas maternas, coexistindo 52 nacionalidades, pelo que é “com a participação de todos, comunidade envolvente, alunos, pais e encarregados de educação, forças vivas da terra, forças políticas, Câmara Municipal de Loulé e Junta de Freguesia de Quarteira, que é possível desenvolver aqui um projeto educativo criado por pessoas no território”, destacou Manuel Nora, para quem esta diversidade sociolinguística e cultural constitui “uma enorme riqueza que vinca de forma indelével este projeto pedagógico”.

Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação

A criação de uma identidade bilingue na Escola EB 2,3 D. Dinis, que passa pela sinalética identificadora dos espaços apresentada em português e inglês, incluída durante os trabalhos de remodelação, ou pelo projeto do ensino na língua inglesa, mas também o ensino experimental das Ciências debruçado sobre a questão da transição climática e todo o desenvolvimento das literacias científicas, culturais ou tecnológicas, são alguns dos exemplos do que está a ser feito neste estabelecimento de ensino do concelho de Loulé. “Toda a nossa atividade é consubstanciada na participação cidadã dos nossos alunos na vida social e educativa da escola”, adiantou Manuel Nora, visão partilhada pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que considera a Escola EB 2,3 D. Dinis como uma escola “absolutamente inclusiva, com sorrisos de quem entende verdadeiramente porque é que tem que estar aqui, onde as árvores são centrais, onde a cidadania é absolutamente fundamental e que não faz nada sem pensar na comunidade em que está envolvida”.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

A «nova» escola está agora plenamente adaptada aos novos tempos do ensino e à melhoria das aprendizagens, com o edifício a encontrar-se na vanguarda da tecnologia e com uma forte aposta nas energias renováveis, nomeadamente ao nível da climatização das salas, com painéis solares e fotovoltaicos. A par dos trabalhos, o Município de Loulé foi também responsável pela instalação de mobiliário, material didático e equipamento e execução dos acessos e infraestruturas de suporte ao funcionamento da escola, numa obra que foi cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Portugal 2020, ao abrigo do Programa Operacional CRESC Algarve 2020.



Numa ocasião em que mais uma vez administração central e local estiveram de mãos dadas, o presidente da Câmara Municipal de Loulé sublinhou a importância da inauguração da Escola EB 2,3 D. Dinis. “São investimentos na educação que ficam para o futuro, para as novas gerações. Tínhamos aqui uma escola muito degradada, sem condições de trabalho para os professores e com condições medíocres também para os meninos que, para poderem ter uma educação com sucesso, precisam de ter um bom ambiente escolar. E este investimento veio criar essas condições”, frisou Vítor Aleixo, visivelmente satisfeito pela concretização de um projeto que passou por diversas peripécias.

O Primeiro-Ministro António Costa

Por sua vez, António Costa falou dos três pilares fundamentais da política educativa do Governo e que estão também traduzidos no modelo seguido neste estabelecimento de ensino. “Desde logo a autonomia das escolas, isto é, a capacidade de cada escola se organizar, gerir, ser capaz de mobilizar os recursos e de se inserir na comunidade, mas também a flexibilidade curricular que permite compreender que o conhecimento não é compartimentando”, indicou o Primeiro-Ministro, frisando ainda a descentralização, ou seja, “a partilha com os municípios daquilo que é a contribuição pública para o funcionamento, a gestão e a condução da escola”. “O contributo da Autarquia de Loulé foi absolutamente decisivo para que esta escola possa hoje ter condições que a antiga escola não tinha”, assumiu o governante, que assim veio ao concelho de Loulé, pela sexta vez, enquanto Primeiro-Ministro, “para a inauguração de grandes investimentos públicos, num valor total de 16,5 milhões de euros”, recordou Vítor Aleixo.



De facto, António Costa marcou presença nas inaugurações da primeira fase do Passeio das Dunas, do Conservatório de Música de Loulé, das instalações regionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil na «cidadela da segurança de Loulé» e da Base de Apoio Logístico de Quarteira, mas também foi à aldeia dos Vermelhos, na freguesia do Ameixial, para uma ação de boas práticas para a gestão da floresta e prevenção dos fogos florestais, e participou na sessão comemorativa do Dia da Criança, no Parque Municipal de Loulé. E marcou, agora, o início de uma nova etapa do ensino na cidade de Quarteira.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina