As novas instalações materializam igualmente, na opinião do Tenente-General Rui Carlos Clero, a proximidade existente entre os diversos atores e forças vivas do concelho em prol do bem comum. “A segurança e a criação de um ambiente social pacífico é um desafio e uma responsabilidade que a todos nos anima. Estamos conscientes de que a Guarda poderá contribuir, de uma forma mais efetiva, para garantir a liberdade e a segurança das populações com o apoio de todos neste desígnio coletivo e, neste particular, o Município de Lagos tem partilhado, ao longo dos últimos anos, das nossas preocupações, através da promoção integrada de sinergias, competências e recursos de diferentes entidades sediadas no concelho, assegurando a eficácia e adequação das respostas locais”, destacou o Comandante-Geral da GNR, dando os exemplos da criação do Núcleo de Planeamento e Intervenção do Sem-Abrigo de Lagos, da celebração do Contrato Local de Segurança, da implementação do projeto «Aprender a Crescer com Segurança» no âmbito do Programa Escola Segura, e da concretização do Gabinete de Apoio à Pessoa Idosa e do Gabinete de Apoio à Vítima de Lagos. “A violência doméstica constitui uma das mais graves formas de violação dos direitos humanos e continua a ser um dos fenómenos criminais que mais preocupa a GNR. Só no ano transato e nos três primeiros trimestres de 2021 foram constituídos 65 arguidos como agressores pela prática deste tipo de crime. Este novo quartel representa também a preocupação da Guarda para com as vítimas de violência doméstica, com uma sala de atendimento à vítima que não existia nas instalações anteriores e que vai permitir um serviço de melhor qualidade e facilitador de maior estabilidade emocional das vítimas”.
O Tenente-General Rui Carlos Clero referiu ainda que, no recente Censos Sénior, foram sinalizados, no concelho de Lagos, 133 idosos que vivem sozinhos ou isolados e que estão a ser apoiados e acompanhados pelos militares da GNR, como forma de mitigar os riscos a que estão sujeitos. “Servindo uma população de aproximadamente 13 mil habitantes, distribuídos por cerca de 189 quilómetros quadrados, os militares do Posto Territorial de Lagos, em estreita cooperação com os militares da Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário e do Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Portimão, têm exercido a sua atividade através de uma atuação preventiva e de proximidade. Esta modalidade de atuação muito contribui para o sentimento de segurança e tranquilidade públicas e permitiu, em 2020, e até à presente data, na área adstrita ao Posto de Lagos, a realização de 449 ações de sensibilização, enquadradas em operações e programas desenvolvidos pela Guarda como «Idosos em Segurança», «Escola Segura», «Campo Seguro» e «Floresta Segura»”, descreveu o Tenente-General Rui Carlos Clero.
Lagos que se caracteriza igualmente pelo seu vasto património histórico, cultural e natural, com a GNR local a realizar, desde 2019, 169 patrulhas de proteção da floresta, a efetuar 59 ações de ataque inicial a incêndios – com uma taxa de sucesso de 92 por cento – e a investigar as causas de 91 incêndios rurais. “Num período ainda muito afetado pela situação pandémica que vivemos, contem com o nosso compromisso em contribuir para o normal desenvolvimento das atividades económicas da região e para o bem-estar social dos cidadãos. Aos militares do Posto Territorial de Lagos, deixo-vos duas palavras de conforto e confiança. Enquanto vosso Comandante-Geral estarei atento e procurarei, a cada momento, tomar as decisões mais adequadas que concorram para os mais elevados desígnios da nossa Guarda, e trabalharei na procura da otimização da organização do serviço da Guarda e da mais eficiente utilização dos recursos disponíveis. E tenho confiança no futuro, sustentada na esclarecida perceção das vossas competências e responsabilidades, e na vossa capacidade para responder, com oportunidade, responsabilidade e sensatez”, finalizou o Tenente-General Rui Carlos Clero.

No uso da palavra, Hugo Miguel Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, recordou que a segurança, para além de fundamental para a população local, é também um fator determinante para a competitividade e atratividade do Algarve enquanto destino turístico. Por isso, deixou clara a sua satisfação pelo culminar de um caminho percorrido em parceria e num estreito diálogo com a Secretaria-Geral da Administração Interna e a Guarda Nacional Republicana. “O contrato de cooperação interadministrativo celebrado a três concedeu ao Município de Lagos a legitimidade necessária para lançar uma empreitada de remodelação de instalações para acolher, neste edifício municipal, o Posto Territorial da GNR de Lagos, depois de, em anos anteriores, o mesmo termos feito com a Direção Geral da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve e com o Sub-Destacamento de Trânsito de Lagos da GNR. O nosso papel é criar as condições e proporcionar todo o apoio logístico para que as forças de segurança de natureza militar ou civil e os serviços de segurança possam exercer devidamente a sua missão, garantindo, deste modo, os direitos e as liberdades dos cidadãos e o pleno funcionamento das instituições democráticas, a ordem e tranquilidade públicas, a segurança e proteção de pessoas e bens”, sublinhou o edil lacobrigense.
Hugo Miguel Pereira considera Lagos um concelho privilegiado por congregar a presença de várias forças de segurança, casos da GNR, PSP, Polícia Marítima e Polícia Municipal, sendo que, dos 212,99 quilómetros quadrados deste território, cerca de 94 por cento estão sob a jurisdição da GNR, numa população em torno dos 13 mil habitantes que triplica ou quadruplica no período da época alto do turismo. “Num território tão extenso como este exige-se, a par de instalações dignas, confortáveis e funcionais, um número de efetivos que permita dar resposta aos crescentes desafios que se colocam pela frente. A maior dispersão habitacional e populacional neste território, uma maior prevalência de população idosa, os riscos inerentes às alterações climáticas e aos fogos florestais, e as novas formas de criminalidade, são uma realidade que exige o reforço dos meios humanos para garantir a intervenção de proximidade que todos desejamos”, reivindicou o presidente da Câmara Municipal de Lagos, aproveitando para enaltecer a GNR por ser um parceiro de corpo e alma em diversos áreas sensíveis de intervenção. “Da nossa parte cá estaremos para continuar a assegurar as condições físicas e os meios materiais e logísticos necessários”, declarou Hugo Miguel Pereira.
A cerimónia de inauguração do novo Posto Territorial de Lagos da GNR chegou ao fim com a intervenção de Eduardo Cabrita, na altura ainda Ministro da Administração Interna, que também considerou a segurança como um dos grandes ativos de Portugal, e do Algarve, enquanto destino turístico. “Portugal era, em 2014, meritoriamente considerado o 18.º país mais seguro do mundo pelo Global Peace Index. Nos últimos quatro anos, fruto de uma ação sustentada da parte dos milhares de homens e mulheres que servem Portugal nas forças de segurança, estivemos sempre entre os cinco países mais seguros do mundo, sendo que, durante a maior parte desse período, fomos mesmo considerados o país mais seguro da União Europeia. Este ativo é decisivo para a qualidade de vida dos portugueses e para o sentimento de coesão nacional, mas também fundamental para atrair investimento e captar turistas e investigadores, bem como aqueles que aqui queiram gozar os seus dias de repouso numa fase final de vida”, apontou Eduardo Cabrita, acrescentando ainda que nos últimos quatro anos se registaram os menores índices de criminalidade em Portugal desde 1989.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina