Olhão acordou, na manhã do dia 27 de março, com a inauguração dos requalificados Jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense, numa cerimónia que constituiu, igualmente, o último ato público de João Pedro Matos Fernandes enquanto Ministro do Ambiente e da Ação Climática. “Estes jardins foram pensados num tempo em que as alterações climáticas e a falta de água ainda não eram prioridades tão grandes como sucede atualmente e quem vai à frente do seu tempo normalmente é mais criticado. Quando substituímos muita da relva e colocamos estas novas espécies com necessidades hídricas muito menores, e quando retiramos as palmeiras e outras espécies exóticas, isso não agradou a parte da população, mas hoje estamos todos convictos de que esta reformulação da paisagem nos espaços públicos é o caminho a seguir, especialmente numa região como o Algarve onde a água é cada vez mais escassa”, referiu António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão.
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O edil lembrou ainda que esta empreitada foi financiada, em 1 milhão de euros, pelo Ministério do Ambiente, daí ter feito questão em contar com a presença de João Pedro Matos Fernandes no momento da sua inauguração. “Os olhanenses são assim, gostam de agradecer a quem lhes faz bem. Ao longo destes seis anos do seu percurso como Ministro, tivemos algumas dificuldades, mas soubemos chegar ao equilíbrio, a bem da população”, agradeceu António Miguel Pina, antes de passar a palavra ao ainda governante. “Foram anos de muito trabalho com as autarquias e este é um de quatro projetos a nível nacional que demonstram bem que nós temos que nos adaptar ao território e aos recursos que ele nos dá. A Terra é extraordinariamente generosa para connosco, mas temos que reconhecer que andamos a pedir mais do que aquilo que ela nos dá. Há que respeitar a escassez de recursos, que nunca é igual em todo o país, mas isso não significa que, nas regiões com menos quantidade de água, as pessoas devem ficar privadas do convívio urbano em espaço público, nomeadamente nos jardins”, defendeu João Pedro Matos Fernandes. “Fazer um jardim é um bocadinho como brincar aos deuses e conseguiu-se aqui oferecer uma belíssima prenda aos olhanenses e à cidade de Olhão, que tem este enquadramento extraordinária com a Ria Formosa e que é cada vez mais um destino turístico diferenciado”. Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina