O terceiro volume da coleção «Emiliano da Costa – Obra Poética – Rosairinha 1940» da autoria de Luís Barriga e editado pela Arandis Editora, vai ser apresentado, no dia 3 de dezembro, pelas 16h, na Sede da Junta de Freguesia de Conceição e Estoi, no âmbito da inauguração do Centro Interpretativo Emiliano da Costa. Este terceiro volume tem o apoio à edição da União de Freguesias de Conceição e Estoi, da Câmara Municipal de Tavira, e da União de Freguesias de Tavira.

O poeta Augusto Emiliano da Costa nasceu na cidade de Tavira, a 3 de dezembro de 1884, e ali deu os seus primeiros passos e aprendeu as primeiras letras. Das margens do rio Séqua/Gilão parte para Beja, onde vive a sua adolescência e frequenta o Liceu daquela cidade alentejana. Mais tarde rumou a Coimbra, onde se formou em Medicina, em 1914. Regressado ao Algarve, veio morar para Estoi, onde começou a exercer medicina na Rua da Igreja. Casa a 16 de março de 1915, aos trinta anos de idade, com Isabel Maria da Cruz Coelho de Brito e vão morar para a Rua do Pé da Cruz. Em 1919 é integrado no partido médico-cirúrgico com sede em Estoi e depois de uma longa carreira profissional reforma-se em 1954. Emiliano da Costa adotou a aldeia de Estoi como sua e aí permaneceu até à morte, em 1 de janeiro de 1968.

Diz-nos Luís Barriga que Emiliano da Costa faz parte das suas memórias. A casa do Poeta era paredes meias com a casa dos seus avós maternos e, apesar de Emiliano da Costa ter falecido quando ele ia fazer sete anos, lembra-se bem do Poeta na sua cadeira de rodas. Ainda na sua adolescência folheou os seus livros e muito pouco entendeu da sua escrita poética. Mais tarde, já sob a orientação do professor Amílcar Quaresma, leu e aprendeu a gostar de algumas poesias do Poeta. Assistiu à mágoa do professor Amílcar, por não se ter festejado condignamente o centenário do Poeta e hoje infelizmente Emiliano da Costa está quase esquecido. Tudo isto começou a inquietar o escritor e, embora em toda a sua escrita a poesia de Emiliano esteja presente, não era suficiente, assaltava-lhe a sensação de que tinha que fazer mais alguma coisa, mesmo que imperfeita, que devia dar o seu contributo para a divulgação do Poeta.

Aproveita Luís Barriga para homenagear Sidónio de Almeida, pintor farense, também ele muito esquecido, que esculpiu o busto de Emiliano da Costa e ofereceu ao Poeta o retrato a lápis que surge na capa.

Foto: Daniel Pina