Loulé celebrou o seu Dia do Município, a 18 de maio, e o edil Vítor Aleixo aproveitou a habitual Sessão Solene para «prestar contas» aos seus concidadãos, abordando as obras realizadas e outras que se projetam, bem como os desafios e as oportunidades inerentes a um mundo em constante mudança, destacando-se, no seu discurso, duas áreas sensíveis para o futuro do concelho e para as quais a autarquia está a preparar respostas céleres: a escassez hídrica e a habitação.
“São problemas complexos que requerem muito investimento e bastante trabalho e o Município de Loulé está absolutamente focado neles”, garantiu.

Em 2022, Loulé aprovou o Plano de Contingência para Períodos de Seca, o primeiro do país à escala municipal, e que constitui a “maior ferramenta para minimizar os impactos e consequências decorrentes das situações de seca”, sendo que este ano a conjuntura é ainda mais grave. Por isso, o Município de Loulé tem vindo a trabalhar “numa verdadeira corrida contra o tempo” para mitigar os efeitos da seca e Vítor Aleixo elencou alguns projetos em curso que têm como objetivo reduzir as perdas e aumentar a eficiência hídrica nos espaços públicos. É o caso da instalação da telemetria nos consumos da Autarquia e nos maiores consumidores do concelho, a criação de zonas de medição e controle e zonas de pressão controlada que irão identificar as áreas de maiores perdas ou a substituição de troços da rede. O total dos investimentos ronda os 1,5 milhões de euros.

Fruto deste trabalho, já foi possível reduzir o valor da água não faturada de 40,9 para 33 por cento e agora o objetivo, com a concretização dos projetos, é “atingir a classificação de Bom (< 20 por cento) nos indicadores da ERSAR de água não faturada, até final de 2025”, adiantou Vítor Aleixo. Mas, em relação à seca na região, o autarca louletano manifestou, uma vez mais, a sua preocupação e indignação com as novas culturas de regadio intensivo que proliferam neste território, não apenas pela “destruição de milhares de hectares do coberto vegetal mediterrânico, albergue e maternidade de uma riquíssima biodiversidade”. “Hoje, a água já vai faltando em muitos casos no interior e, se continuarmos a permitir novas áreas para a agricultura de regadio intensivo, vamos ter problemas em Loulé, Quarteira, Salir, Alte, Almancil e em todo o lado”, frisou. 

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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