O Viva Technology é um dos maiores eventos mundiais de inovação e de startups, que nesta edição colocou em destaque a temática da Inteligência Artificial.

Este ano tive o privilégio, pela primeira vez, de participar da 7.ª edição do Viva Technology que decorreu em Paris, uma experiência muito inspiradora e motivadora que permitiu conhecer aqueles que estão na liderança na inovação mundial e saber as principais tendências na área da tecnologia e startups para os próximos anos.

O país convidado desta edição foi a Coreia do Sul, que é sede de um grande número de gigantes da tecnologia. Recentemente, o país consolidou-se ainda mais como um centro global para empresas emergentes e está contando com a Europa para impulsionar as suas atividades nessa área a nível mundial.

A temática central que se destacou foi a Inteligência Artificial, mencionada em mais de metade das apresentações. Foi especialmente relevante a intervenção do presidente da França, Emanuel Macron, que enfatizou o grande desafio atual de qualificar as pessoas em IA o mais rápido possível. Elon Musk, diretor executivo da Tesla, SpaceX e Neuralink, falou sobre sua euforia e preocupação com a IA, devido à abundância de serviços que teremos e às possibilidades descontroladas. Já Bernard Arnault, presidente do grupo francês LVMH, responsável pelas prestigiosas marcas de luxo Louis Vuitton, Dior e Tiffany, demonstrou otimismo em relação às possibilidades nessa área para o seu grupo.

Falando em Elon Musk, a sua apresentação foi, sem dúvida, o momento mais marcante de todo o evento. Ele foi recebido como uma estrela do rock e discursou para uma plateia de 4 mil pessoas, na qual tive a oportunidade de estar presente. Durante a sua intervenção, Musk mencionou que a Inteligência Artificial é provavelmente a tecnologia mais disruptiva de todos os tempos, o que nos leva a viver uma época extremamente interessante e caminhar rumo a uma era de abundância. Ele também confirmou que ainda este ano a primeira pessoa receberá um implante neurológico da sua empresa, a Neuralink, que se dedica ao desenvolvimento de interfaces cérebro-computador implantáveis. Essas interfaces permitirão que os seres humanos utilizem o poder do pensamento para se comunicar e controlar as máquinas.

Gostei muito da representação de Portugal no evento, que pela primeira vez teve a presença de 10 startups nos stands físicos. Isso foi possível graças a uma parceria conjunta da AICEP e da Startup Portugal. Além disso, houve também a organização do Pitch ContestPortugal, no qual essas dez startups nacionais participaram com entusiasmo, sendo elas a CORKBRICK EUROPE, Dimmersions, FootAR – Metaverse for live sports., iLoF – Intelligent Lab onFiber, XpectralTEK, bud, dioscope, Fractal Mind, Nearsoft, Purrmi. Nesta competição de pitches, um júri composto por representantes de fundos, incubadoras e outros atores do ecossistema selecionou a iLof como vencedora. Como resultado, a startup receberá seis meses de consultoria da AICEP Paris, visando a expansão no mercado francês.

Fábio Jesuíno é empresário

Crónica publicada em: