Comemora-se, este ano, o 10.º aniversário da aprovação da inscrição dos sete países que apresentaram a candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, na cidade de Baku, Azerbaijão, a 4 de dezembro de 2013, e os 20 anos da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, em Paris, a 17 de outubro de 2003.

A Dieta Mediterrânica, cuja comunidade representativa de Portugal é Tavira, é um património vivo de todo o país, em sintonia com as Convenções da UNESCO e com relevância crescente nacional e internacional. É investigada e estudada pelas diversas ciências, sendo um legado das civilizações que originaram a nossa identidade cultural, língua e formas de viver, produzir e alimentar, essenciais à valorização e ao fortalecimento das economias regionais.

O programa da 9.ª Feira da Dieta Mediterrânica, que teve lugar, de 7 a 10 de setembro, em Tavira, refletiu o trabalho de parceria alargada que tem vindo a ser desenvolvido, desde a primeira edição, e que incluiu a feira institucional com presença de outros países, instituições nacionais, regionais e locais, de diversos patrimónios culturais imateriais classificados pela UNESCO, expositores de artesanato e produtos tradicionais, mostras botânicas e de sementes, restauração, demonstrações gastronómicas, provas e petiscos, música portuguesa e mediterrânica com concertos ao vivo da Argélia, França, Espanha, Marrocos e Itália. O vasto programa incluiu, entre muitas outras atividades, oficinas, danças tradicionais e outras artes performativas, exposições, visitas ao património natural, seminários, com destaque para o que se realizou, no dia 7 de setembro, sobre «Inovação na Dieta Mediterrânica», no Centro de Experimentação Agrária de Tavira.

Foi possível viajar pelos sabores mediterrânicos em qualquer um dos restaurantes instalados na Praça da Convivialidade, junto ao Castelo da cidade, e nos 18 restaurantes do concelho que prepararam menus mediterrânicos. A Feira contou, ainda, com a presença de diversas manifestações inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como os Caretos de Podence, o Cavaquinho, os Bombos, o Fado, o Cante Alentejano ou o Teatro Dom Roberto. O programa dedicado ao público infantojuvenil contou com espetáculos educativos, jogos tradicionais e oficinas ambientais com a presença dos Jogos do Helder, das Companhias Krisalida, Historioscopio, Mãozorra, Rui Sousa Marionetas e Era uma vez Marionetas. Este ano esteve também presente o Museu da Marioneta de Lisboa, que garantiu diversas oficinas e atividades para os mais pequenos, na Casa André Pilarte.

No dia 10 de setembro, com partida e chegada à Praça da República, aconteceu a marcha e corrida da Dieta Mediterrânica, inserida no calendário do Algarve, numa organização conjunta do Município de Tavira e do IPDJ, ao passo que, nos Claustros do Convento do Carmo, se realizaram três sessões de Cinema do Mediterrâneo. O maior destaque foi, claro, para os espetáculos a que, durante os quatro dias, os milhares de visitantes puderam assistir junto ao Mercado da Ribeira, na Praça da República, no Castelo e no Jardim do Coreto, com «Galandum Galundaina» com os Pauliteiros de Miranda, «Ars Nova Napoli», «Úlua», Miguel Araújo, «Da raiz ao Fado», «Barrut», «Iskraria», Estrella Morente, «Diabo a Sete», «Duo Brotto Raibaud», «Global Gnawa», Camané com a Orquestra do Algarve, «Os Ganhões de Castro Verde» com Paulo Ribeiro, «Lemma» e Carolina Deslandes.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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