A cidade de Loulé esteve coberta de uma mancha branca no dia 26 de agosto, fruto do regresso da Noite Branca Algarve – Loulé, evento que, de forma simbólica, assinala o encerramento do programa de animação de Verão na região. De dois em dois anos, sempre no último sábado de agosto, a festa pioneira que nasceu em 2007 voltou a atrair uma verdadeira multidão desejosa de ser surpreendida pelas propostas que o Município de Loulé preparou e, desta feita, após uma paragem forçada devido à pandemia, a vontade de vivenciar este momento foi ainda maior.


Perto de 30 bandas, mais de 200 animadores, quase 20 palcos e uma decoração arrojada, com apontamentos singulares, deliciaram as mais de 80 mil pessoas que estiveram em Loulé nesta noite. Baloiços gigantes em plena Praça da República, a imagem de um cisne cinzento a contrastar com a rotunda do Largo Gago Coutinho enfeitada de branco, uma iluminação a dar ainda mais brilho ao Castelo de Loulé, uma bola de espelhos a transformar por uma noite a fachada dos Paços do Concelho, luzes, cores, elementos geométricos, figuras brancas em tamanho XXL, em cada ponto do espaço urbano a decoração havia motivos para uma paragem para uma foto para mais tarde recordar.

A música, como é óbvio, não podia faltar para dar ainda mais excelência a este evento, com nomes como Carlão, Dino D´Santiago, The Black Mamba, Karetus, Irma, Entre Aspas, Edmundo Inácio e muito mais. O ex-Da Weasel trouxe consigo a boa disposição e o ritmo certo para uma noite de euforia, seguindo-se, também no Palco Estátua, momentos inesquecíveis com Dino D´Santiago a tocar «em casa» e a interpretar de forma emocionada o seu «Sou Quarteira», bem como outros temas que têm feito dele uma referência na esfera musical lusófona. Já os Karetus trouxeram uma energia contagiante com a sua eletrónica que fez vibrar várias gerações unidas pela música.

No Palco Chafariz, a voz de Tatanka encantou os milhares vestidos de branco que assistiram ao concerto dos The Black Mamba. Já na Avenida, Viviane e os Entre Aspas fizeram-se acompanhar por alguns convidados, como o inconfundível louletano Nuno Guerreiro. Mas a Noite Branca também se faz do ambiente criado pelos DJs e foram muitos os que atuaram em espaços que se transformaram em verdadeiras pistas de dança, casos da Cerca do Convento do Espírito Santo, do Largo de S. Francisco ou da Praça da República, com Bubba Brothers, Miss Sheila, os DJs da Rádio Comercial, Nuno Luz e Rob Willow, além da prata da casa (M. Rox, Sylva Drums, Rodriguez e Billy Boy).

Diretamente vindo da Austrália, Dub FX trouxe o beat box conjugado com sonoridades do hip-hop e do reggae, uma atuação acompanhada de forma bastante entusiasmada pelo público que, durante quase duas horas, não arredou pé do mesmo palco onde já tinha atuado a Orquestra de Jazz do Algarve. Ao nível das artes de ruas, percussionistas, novo circo, andas, um robot hi-tech, o White Ballet, capoeira e muitas mais animações espalharam a boa disposição entre os visitantes e deslumbraram com o glamour das roupas dos performers. E tudo isto começou, às 20h10, no Largo Gago Coutinho, com a «voz» e a «imagem» de um Freddy Mercury a dar as boas-vindas a quem começava a chegar à cidade, com os icónicos temas «The Show Must Go On» ou «We Will Rock You».

O tecido empresarial de Loulé teve nesta noite o ponto mais alto deste Verão, em particular os espaços de restauração, cafés e bares, bem como as lojas do comércio tradicional que não tiveram mãos a medir para a procura desta noite. “Mais uma vez a Noite Branca ultrapassou as expetativas iniciais. Sabíamos que íamos ter muitos visitantes, pois este é um evento que suscita sempre grande interesse e já há quatro anos que não se realizava. A Autarquia soube responder da melhor forma ao esperado, com uma ótima organização, como tal, podemos afirmar que esta terá sido uma das melhores edições de sempre da Noite Branca Algarve – Loulé. Tivemos aqui um clima incrível de muita alegria, festa e luz, que teve também um impacto imenso na economia local”, afirma o presidente da Câmara Municipal, Vítor Aleixo, que não deixou, no entanto, de sublinhar que, “apesar da alegria transbordante de muitos milhares nesta festa segura, este ano impõe-se assinalar a ocorrência trágica que vitimou um jovem militar da Guarda Nacional Republicana, em serviço”.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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