Está patente, até dia 30 de dezembro, na Sala 1 do Centro Cultural de Lagos, a exposição «Luís Lemos – 40 Anos de Pintura». O seu universo apresenta um percurso mitológico de momentos emocionais, em que cada momento é revelado num corpo, numa postura, num rosto. “A imagem do quadro nasce da fusão destes três elementos e a sua síntese unitária cria o parâmetro místico, específico de cada obra”, descreve a curadora, Alexandra Silvano.
Luís Lemos apresenta um percurso e estética fortemente sensual e envolvente em torno do corpo humano. A sua pintura assume uma ligação ao «neoexpressionismo selvagem» e ao «bad-painting», tendência de pintura figurativa americana dos anos 1970, classificada pela crítica e curadora Marcia Tucker. “Com obras produzidas desde 1983 até à atualidade e saltando de uma linha estética para outra, Luís Lemos pinta grandes manchas com tintas primárias em que a cor passa a ser forma estruturante de equilíbrio de cada pintura, assumindo com coerência e audácia uma linguagem descomplexada, irreverente e até algum desprezo pelos cânones do bom gosto, em que a deformação da figura é intencional e não uma incompetência técnica do artista”, explica Alexandra Silvano.
Luís Lemes nasceu em Belmonte e ainda criança imigrou com os pais para França. Frequentou vários cursos de desenho na École du Louvre e em escolas particulares, acabando por se fixar em Paris, em 1975. A sua primeira exposição individual realizou-se em 1982, no Palais de l'Europe, em Le Touquet, na Normandia. “O erotismo ousado presente nas suas obras gerou no público tal indignação que a exposição foi encerrada, porém, foi, sem dúvida, o momento de viragem na sua carreia artística, com a glória e a hipótese de ser descoberto e apoiado por profissionais de arte”, conta Alexandra Silvano.
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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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