O grande auditório do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão foi palco, no dia 17 de novembro, da peça «No limite da dor», interpretado pela Companhia Lendias d'Encantar e que reúne quatro histórias que se entrelaçam e refletem a experiência vivida por muitas portuguesas e portugueses nas mãos da PIDE/DGS durante os anos da ditadura. Integrada na programação dos Outonos de Teatro 2023, a peça desafia os espetadores a refletirem sobre a resistência, o medo, a humilhação, a dor e a dignidade do ser humano, sensibilizando as novas gerações para a dura realidade do Salazarismo e do Estado Novo, no sentido de possibilitar uma compreensão aproximada da brutal dimensão social que marcou o período entre 1926 e 1974.

Segundo a sinopse, duas mulheres e três homens (Georgina, Conceição, Manuel, Luís e Domingos,) transitam durante 60 minutos ante o olhar dos espetadores. Não são personagens teatrais, são personagens reais que testemunham através do corpo, da voz e da emoção de um ator, experiências vividas na primeira pessoa e que chamam a atenção para a importância dos ideais, das convicções e da família. Para os responsáveis pelo espetáculo, que integrou as comemorações em Portimão dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, essa perspetiva ganha maior importância num momento em que a democracia enfrenta sérias ameaças. A produção da Companhia Lendias d'Encantar foi concebida a partir do livro «No Limite da Dor», de Ana Aranha e Carlos Ademar, e tem interpretação de António Revez, com encenação a cargo de Julio César Ramirez, que partilha a cenografia com Ana Rodrigues.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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