Violoncelista de profissão e professora no ensino deste mesmo instrumento, Bárbara Brás dos Santos chega agora ao público através da palavra, com «A Metamorfose de um Abraço». Um livro de poesia que estava muito longe dos objetivos desta portuense que fez os estudos em música na Escola Profissional Artave em Santo Tirso, antes de rumar à Escola Superior de Música em Lisboa, onde ficou cinco anos. Enquanto tirava o Mestrado em Ensino da Música começou, entretanto, a dar aulas de violoncelo na Academia de Música de Lagos e no Conservatório de Música de Portimão.


No final de 2016 regressou ao Porto, deu aulas na Escola de Música Óscar da Silva, em Matosinhos, fez o performer diploma «Os Violoncelos de Santa Cristina», mas antes do violoncelo veio, porém, o piano e a guitarra. Só que, aos 12 anos, a escolha de vida foi tomada sem que consiga dar uma explicação lógica. “Num concerto pedagógico em que apresentam os vários instrumentos e as suas famílias, o som do violoncelo disse-me qualquer coisa. Não foi nada premeditado, vi, ouvi, achei fantástico, fiz as provas de aptidão e entrei na Escola”, recorda Bárbara Brás dos Santos, acrescentando que, depois, a caminhada não é nada fácil para quem pretende ser músico profissional. “Para tocar numa orquestra, ou vamos enquanto freelancers e nunca sabemos quando é que precisam de nós para fazer reforço; ou estamos a contrato, o que implica fazer diversas provas, porque a concorrência é enorme. Mas estudar devidamente para isso, cinco a oito horas por dia, enquanto damos 28 horas de aulas por semana, não dá”.

Perante este cenário, Bárbara Brás dos Santos começou a tocar, em 2015, com os Esfinge, projeto de Luís Caracinha, depois com os Riding a Meteor, também de Luís Caracinha, com o Quinteto Sull’a Corda e nas bandas de Ricardo Martins, Helena Madeira e Teresa Aleixo. “Adoro tocar em orquestra, mas há outros tipos de música e ambientes que são igualmente gratificantes. Estar envolvida em vários projetos no Algarve foi um dos fatores que pesou na decisão de me mudar definitivamente para a região. No primeiro ano dei algumas aulas nos Conservatórios de Faro e Olhão e, mais tarde, concorri ao Conservatório de Música de Loulé Francisco Rosado. É uma opção que nos garante uma maior estabilidade financeira e tenho que ser grata por, aos 30 anos, ser efetiva no público e no privado, em Loulé e Olhão”, declara a entrevistada.

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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