O sismo que se sentiu recentemente em Portugal, seguido de um maremoto que devastou a nossa região, não só foi causado por um partido, uma ideologia, mas principalmente por descontentamento gradual de sermos há muito um sequeiro de oportunidades para os residentes, habitação precária ou mesmo inexistente e cansaço compreensível de uma classe política descredibilizada, mas também por uma pessoa, esse 4.º pastorinho de Fátima, André Claro Ventura. O Terramoto de Lisboa em 1755, como agora, teve um enorme impacto político e socioeconómico na sociedade portuguesa do século XVIII. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire. Hoje pelos «paineleiros» que proliferam em todos os canais televisivos.

O de dia 10 de março começou pelo distúrbio de energias de várias placas tectónicas que levou à demissão prematura de um Primeiro-Ministro (ou demitido, não sei) e com toda a crise política que se vive atualmente. Se André Ventura não era (obviamente) nascido há 268 anos, tem uma ligação cósmica óbvia ao último terramoto sentido em Portugal, com réplicas sentidas recentemente com a eleição do Presidente da Assembleia da República. Com alguma criatividade e humor, quais as provas desta ligação? São demasiado evidentes, mas dado que há gente que é demasiado distraída, vou mesmo assim enumerá-las.

Comecemos por analisar a ligação histórica de André Ventura aos últimos grandes terramotos em Portugal, e ao mais famoso e de maior magnitude de todos, o de 1 de novembro de 1755. Estava previsto há muito!

Quantas letras tem «André Claro Ventura»? Contem-nas: 17 letras. Quantas letras tem «André»? 5 letras. Quantas letras tem «Claro»? 5 letras.

Vejam bem: 17 letras, 5 letras, 5 letras. 17 5 5 - 1755, o ano do Terramoto.

Querem mais provas? O homem nasceu no mês 1 (janeiro). Em que dia foi o Terramoto de 1755? No dia 1 (de novembro). Em que dia foi o Terramoto de 2024? No dia 10 de março.

Mais uma? «André Claro Ventura», como já vimos, tem 17 letras. «Terramoto de Lisboa» tem – adivinhem!... – 17 letras!!... Para finalizar: quer «André Claro Ventura», quer «Terramoto de Lisboa» têm 2 «e», um «d» e um «l»... Com estas letras escreve-se a palavra «dele». De quem é a culpa do Terramoto afinal? «Dele». De «André Claro Ventura».

Passando agora ao recente terramoto – querem provas da ligação com «André Ventura»? Segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, o sismo de 10 de março teve uma magnitude de 9 na escala de Richter. Quando foi fundado o partido CHEGA? A 9 de abril de 2019. O sismo deu-se às 14h16. Somemos os números: 1+4+1+6=12. Quantas letras tem «André Ventura»? Exato 12!

Mais uma, para terminar: O sismo fez-se sentir na manhã de 1 de novembro de 1755 às 9h30 ou 9h40 da manhã, dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos. O que se julga «André Ventura» sempre que se olha ao espelho? Um santo…

Não esquecer que o 4.º pastorinho de Fátima aos catorze anos, tornou-se um católico entusiasta, batizou-se e fez a primeira comunhão e o crisma. Quis ser padre e frequentou o Seminário de Penafirme, seminário menor do Patriarcado de Lisboa.

Podia continuar, mas julgo que já são suficientes provas – se há um responsável pelo abalo sentido, só pode ser um único… o 4.º pastorinho de Fátima, que em 2017 teve uma visão. Num prado verdejante perto de Loures onde era vereador do PSD, descobriu uma cultura estranha de cogumelos que mudaria a sua vida para sempre. Assim que os ingeriu ao lanche as coisas começaram a mudar de figura e a assumir contornos surrealistas, os animais desataram a ficar às cores, flutuando 3,5 cm acima do chão, cantando o «Hino da Mocidade Portuguesa», a sua coelha Acácia desatou a falar inglês recitando discursos completos de Donald Trump e um vulto branco com feições muito masculinas que faziam lembrar Oliveira Salazar, apareceu em cima de uma árvore, pendurada por um gajo de asas brancas, parecido com Diogo Pacheco Amorim a balbuciar umas coisas querendo dar um ar inteligente. O resto da história é do conhecimento público: um racista inteligente e um povo farto de ladrões de rebanhos a querer desesperadamente acreditar em qualquer coisa.

Posto isto (como em 1755), há que «enterrar os mortos e cuidar dos vivos», não adiantando colar etiquetas respeitar a vontade do povo, apostar em novas pessoas e ideias, compreender e combater as razões do ressentimento, aproximar a política e a democracia dos algarvios em particular e dos portugueses em geral (até porque o Algarve só elegeu 3 dos 50 deputados extremistas). Trabalhar sem alarmes nem derrotismos, aproveitar o momento para alterar profundamente o estado da região e de quem cá habita 365 dias do ano.

NÓS MERECEMOS!

#algarviosquenaochegam

Júlio Ferreira é um inconformado encartado

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