O Cineteatro Louletano foi palco, no dia 22 de março, de «Bantu», espetáculo que teve origem num convite endereçado a Victor Hugo Pontes pelos Estúdios Victor Córdon e pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo para o desenvolvimento de uma nova criação de dança com intérpretes moçambicanos e portugueses. Os Estúdios Victor Córdon e o Camões – Maputo são parceiros numa programação conjunta para três temporadas, que visa criar pontes entre os dois países Portugal e promover a circulação e internacionalização da dança, e «Bantu» é um dos produtos desta união de esforços.


«Bantu» designa uma família de línguas faladas na África subsariana, é identidade e é comunidade, mas é também mais do que uma ocorrência linguística. Pode ser uma linguagem própria que sobreviveu às línguas europeias impostas; um mecanismo identitário; um signo vedado ao colonizador; uma forma de comunicação, plena de códigos culturais, históricos, religiosos e políticos; a materialização efémera de um longo encontro. “A palavra acolhe tudo o que queremos ou imaginamos que o espetáculo seja. O que «Bantu» será, contudo, depende dos olhos de quem vê. Este é também um lugar que desejamos ocupar: um lugar diferente para cada um dos corpos que o habita, partilhado nas feridas que rasga, titubeante no trilho que percorre; um lugar exuberante na celebração da comunidade reunida em palco”, explica o conceituado coreógrafo.

A interpretação esteve a cargo de Dinis Abudo Quilavei, Dinis Duarte, Francisco Freire, José Jalane, Maria Emília Ferreira, Marta Cardoso e Osvaldo Passirivo, numa produção da Nome Próprio, estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa «Teatro em Campo Aberto», e que tem o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direcção-Geral das Artes.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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