O Auditório dos Paços do Concelho Séc. XXI, em Lagos, encheu-se, no dia 19 de abril, de técnicos e decisores, oriundos de todo o país, interessados em assistir e participar no V Fórum Cyclin'Portugal. O evento pretendeu fazer um balanço do trabalho desenvolvido desde 2012, partilhar experiências e apontar caminhos de futuro para consolidar e ampliar a rede dos Centros Cyclin’ Portugal, fazer crescer a utilização das infraestruturas existentes e a sua apropriação pela comunidade.


A sessão de abertura dos trabalhos, presidida por Hugo Pereira, autarca anfitrião da iniciativa, contou com a presença de Sandro Araújo (vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo), Fátima Catarina (vice-presidente da Região de Turismo do Algarve), João Portugal (em representação do Turismo de Portugal) e Ricardo Rodrigues (presidente da Associação de Ciclismo do Algarve). O presidente do município congratulou-se com a realização deste evento em Lagos, encarando o mesmo como “o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser feito para dotar o território das infraestruturas adequadas ao desenvolvimento do ciclismo nas vertentes desportiva/federada e de recreio, mas, acima de tudo, por proporcionar uma oportunidade de reflexão e capacitação acrescida para decisores, técnicos municipais e todos os agentes dos setores público, associativo e privado, que contribuem para estruturar e afirmar o produto «Walking & Cycling»”. Sobre o Centro Cyclin’ Lagos, neste momento o único homologado na região, Hugo Pereira referiu ser desejável o surgimento de mais infraestruturas congéneres nos concelhos limítrofes para que esta oferta ganhe escala e se torne mais atrativa e competitiva.

Por seu turno, Fátima Catarina salientou a aposta feita em projetos e eventos que decorrem do posicionamento do Algarve enquanto Turismo de Natureza, como são, por exemplo, os Centros Cyclin’ Portugal e a Volta ao Algarve em Bicicleta, os quais têm sido determinantes para atenuar a sazonalidade turística e económica da região, conforme demonstram os dados relativos ao aumento do número de dormidas nos meses de janeiro e fevereiro registado nos dois últimos anos. Uma afirmação reiterada por João Portugal, ao recordar que num estudo realizado em 2017 para identificar quais os produtos mais importantes no combate à sazonalidade, o «cycling» surgiu à cabeça das opções, com a vantagem de ser uma atividade relevante em termos de sustentabilidade e benéfica para a saúde humana.

Segundo Sandro Araújo, que traçou uma retrospetiva do projeto «Cyclin’ Portugal» e apresentou a rede dos centros e percursos cicláveis, os grandes desafios para o futuro passam pela manutenção das infraestruturas, para que continuem a oferecer segurança; pela sua ativação com eventos, parcerias e o envolvimento da comunidade, de modo a que sejam cada vez mais as pessoas a utilizar essas infraestruturas e a praticar, o que é bom para a mente, para o corpo e para o território; pela monitorização, necessária para a existência de indicadores que possam atrair mais investimento; financiamento; capacitação, designadamente dos operadores turísticos para conhecerem o produto e melhor o promoverem; comunicação, fazendo um trabalho junto do enorme universo de potenciais utilizadores; e apropriação pela comunidade, fundamental para a sustentabilidade e continuidade do projeto.

O Centro Cyclin’ Portugal de Lagos, homologado desde 2019, foi apresentado como exemplo de acompanhamento e ativação. Um trabalho suportado no fomento de parcerias estabelecidas com a Região de Turismo do Algarve, a Federação Portuguesa de Ciclismo, a União de Freguesias de Bensafrim e Barão de São João, os clubes desportivos locais dedicados ao BTT, Triatlo e Ciclismo de Estrada, os dois agrupamentos escolares e empresas de animação turística. Na ocasião foi também apresentado e distribuído o Anuário Cyclin’ Portugal 2024, publicação que, nas palavras do vice-presidente da Federação e coordenador do projeto, “apresenta um autêntico menu de percursos cicláveis e muito mais”.