Foi de coração aberto que a comunidade louletana recebeu mais uma Festa da Mãe Soberana, a maior manifestação religiosa a Sul de Fátima e uma marca identitária deste povo, com várias dezenas de milhares de fiéis a acompanharem, no dia 14 de abril, o regresso da sua padroeira ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade.

O evento dividiu-se em dois momentos separados por 15 dias, um período preenchido por diversas atividades eclesiásticas e culturais. O Domingo de Páscoa, 31 de março, assinalou o arranque das celebrações, com a realização da Festa Pequena. O programa litúrgico começou precisamente no Santuário, com a oração do Terço, seguindo-se a descida da Imagem da Nossa Senhora em procissão, levada em ombros pelos Homens do Andor, até à Igreja de S. Francisco, onde teve lugar a eucaristia solene que encerrou a Festa Pequena.

No período que mediou as duas festas decorreu um vasto programa litúrgico, primeiro na Igreja de S. Francisco (de 1 a 10 de abril) e depois na Igreja Matriz de Loulé (de 11 a 13). Recorde-se que a Matriz acolheu, primeira vez em 2023, o andor da Padroeira, uma iniciativa que se reeditou este ano porque a Nossa Senhora da Piedade é a Padroeira de Loulé e, de acordo com a organização, fazia todo o sentido que a sua presença se sentisse nas duas paróquias, S. Sebastião e S. Clemente. Acresce ainda o facto de a Igreja Matriz de Loulé ter sido recuperada recentemente e ser um Monumento Nacional que merece ser visitado por fiéis, peregrinos e turistas.

A procissão que levou a Nossa Senhora da Piedade de S. Francisco até à Matriz aconteceu no dia 11 e, na noite do dia 13, houve um «clássico» destas celebrações, a romagem a cavalo do Clube Hípico, que prestou mais uma vez homenagem à Nossa Senhora da Piedade. Do programa cultural destacou-se o concerto «Mãe Soberana», com Eduardo Ramos Trio, e a Noite de Fados à Mãe da Piedade, com Vítor Viola e Teresa Viola. É, porém, o dia 14 de abril que regista o momento mais significativo das celebrações, com a Festa Grande a atrair à cidade milhares de fiéis vindos de vários pontos do país.

A manhã foi preenchida com a eucaristia na Matriz e a saída para o Largo do Monumento Eng.º Duarte Pacheco, local que acolhe, da parte da tarde, a missa campal e consagração à Nossa Senhora. Depois, a apoteose, a procissão que levou a Imagem da Padroeira de volta à sua Ermida, pontuada por momentos emotivos como a passagem em frente aos Paços do Concelho, à Igreja de S. Francisco ou ao Convento de Santo António. Ao longo do percurso, em que os Homens do Andor são acompanhados pela música da Banda Filarmónica Artistas de Minerva, foram muitos os «Vivas!» à Mãe dos louletanos, com o momento triunfal a dar-se com a chegada ao topo do monte onde se localiza a pequena Ermida, após um percurso difícil para quem carrega o pesado andor e para todos os fiéis que o acompanham, numa enorme demonstração de fé.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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