Apesar da chuva que se fez sentir na semana da Páscoa, o Algarve continua em situação de seca hidrológica extrema, com níveis baixíssimos de água subterrânea e reservas superficiais. Assim, na sequência da resolução do Conselho de Ministros de 8 de fevereiro, que reconheceu a situação de alerta na região, as várias entidades com responsabilidades na área, com destaque para os municípios, implementaram um conjunto de medidas com vista a dar resposta imediata à atual situação de crise, que mais concretamente passam por promover a redução de consumos e a racionalização da utilização dos recursos hídricos.


Refira-se que, já em anos anteriores, o Município de Albufeira tinha adotado várias medidas com vista à preservação das reservas de água no concelho, uma vez que, desde maio de 2022, os níveis de armazenamento nas albufeiras algarvias encontram-se abaixo dos 50 por cento. “Esta é a pior seca de sempre na região, pelo que, adicionalmente às medidas anteriormente adotadas, o Município de Albufeira viu-se obrigado a lançar mão a um conjunto extraordinário de medidas com vista a reduzir os consumos urbanos, no setor do turismo e na agricultura”, esclarece o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo.

Assim, com vista à sensibilização dos consumidores, a Câmara Municipal vai enviar comunicação a todos os munícipes a explicar as 23 medidas adotadas e o autarca destaca que “é fundamental que todos estejamos a par da situação e conscientes de que se não houver uma efetiva redução dos consumos, o fornecimento de água na região fica seriamente comprometido”. Paralelamente a este comunicado, que vai ser distribuído juntamente com a fatura da água do próximo mês, o Município dá início a um projeto de colaboração com os grandes consumidores de água do concelho, no sentido de efetuar o diagnóstico e aconselhamento relativamente às zonas relvadas existentes nas respetivas propriedades.

Para o efeito, a autarquia disponibiliza os seus serviços técnicos de arquitetura paisagista e gestão de rega para dar apoio aos maiores consumidores de água, designadamente hotéis e outras entidades com espaços verdes, na substituição de plantas que exigem elevado consumo de água (relva), por espécies vegetais autóctones, mediterrânicas e resilientes às alterações climáticas. A equipa técnica da autarquia começa por fazer uma auditoria ao local, após o que irá sugerir planos de plantação, equipamentos de rega e espécies de baixa necessidade hídrica, de acordo com a natureza e arquitetura das zonas ajardinadas. 

O serviço é gratuito, mas sujeito a marcação prévia através do email espacosverdes@cm-albufeira.pt. “É uma iniciativa que tem por objetivo incentivar os grandes consumidores de água, que disponham de áreas verdes relvadas e outras espécies de elevada necessidade hídrica, a reduzirem o consumo de água, sensibilizando-os para a necessidade da sua substituição por outras plantas mais adaptadas ao cenário de seca que se vive na região. Ao mesmo tempo, pretende-se aproveitar a iniciativa para dotar os jardins e espaços verdes de Albufeira de maior biodiversidade, melhorando a capacidade de polinização e o valor paisagístico das zonas verdes do concelho”, sublinha o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo.