A Universidade do Algarve, o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) e o Município de Vila do Bispo organizam a segunda edição do Festival das Florestas Marinhas, de 7 a 11 de maio, no Porto da Baleeira, em Sagres. O programa conta com diversas atividades, como palestras, observação de golfinhos e de algas, workshops, mergulho e um feira/exposição de artesanato e gastronomia.


Conjugando ciência, conservação e educação para divulgar a importância da biodiversidade das Florestas Marinhas, este festival pretende envolver ainda mais a comunidade da região e os estudantes, dando-lhes a conhecer a diversidade marinha de Sagres, nomeadamente as algas e os corais da região, e reforçar a importância geral destes seres vivos nos sistemas marinhos e na sua conservação. “O Município encontra-se hoje plenamente consciente da importância do seu Património Natural e Cultural. Ao longo da última década, tem vindo a promover diversos projetos no sentido de identificar, inventariar, avaliar, investigar, conservar, gerir e valorizar os seus recursos patrimoniais, designadamente em áreas como a Geologia, a Paleontologia, a Arqueologia, a Arqueologia Subaquática, a História, a Etnologia e a Biodiversidade, terrestre e marinha”, explica a presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Rute Silva.

No ano transato, o Festival contou com uma boa adesão por parte da comunidade local, designadamente crianças e jovens integrados em grupos escolares, visitas individuais e familiares, elementos de associações locais ligadas às artes, ao surf, ao turismo, ao ambiente e sustentabilidade. Este ano, na segunda edição e com uma maior oferta programática, “esperamos um incremento do interesse e da participação da comunidade local, nomeadamente do público escolar, com ações dirigidas a alunos do 3.º ciclo”, refere Rute Silva. “Além do seu valor patrimonial, as Florestas Marinhas revestem-se de inestimável valor económico, enquanto suporte de vida para muitas das espécies de peixes, moluscos e crustáceos marinhos cuja captura sustenta muitas das famílias de Vila do Bispo, sobretudo de Sagres, Salema e Burgau”, refere Rute Silva, para quem “o envolvimento da Comunidade Piscatória no evento assume particular relevância na discussão e na promoção de práticas sustentáveis nas atividades piscatória e marisqueira, com vista à proteção das Florestas Marinhas e da Biodiversidade que albergam”.

Por isso, sintetiza a presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, “ao aproximar o público em geral e a comunidade local do conhecimento científico produzido sobre a realidade das Florestas Marinhas, despertam-se consciências para a premente necessidade de conservar e recuperar estes ecossistemas vitais para a sustentabilidade dos mares de Sagres”. Já Alexandra Teodósio, vice-reitora da UAlg para a Internacionalização e Desenvolvimento Sustentável e investigadora, considera que “a participação neste Festival de ciência cidadã é uma oportunidade para os estudantes da UAlg, guiados pelos investigadores e docentes da UAlg e do CCMAR, mergulharem literalmente nas florestas marinhas, um ecossistema único na zona costeira de Sagres”. Para a investigadora, o festival será também uma forma de contactar com um ensino baseado na metodologia «problem based learning», aplicado às ciências do mar, em contexto real, e uma profunda aprendizagem proporcionada pelo saber das comunidades da região.

Saliente-se que as florestas marinhas, tal como as terrestres, têm um papel crucial na produção primária do alimento e contribuem de forma natural para o combate às alterações climáticas, pelo enorme potencial de absorção de CO2. “As florestas submersas são pouco acessíveis e muitas vezes desconhecidas pelos cidadãos, mas como só se ama e se protege o que se conhece, estas atividades de descoberta das diferentes componentes do meio marinho, contribuem ativamente para a sustentabilidade das ações de conservação destas áreas pela sociedade”, conclui Alexandra Teodósio. Este evento, integrado no programa PRR Impulsos Jovem e Adulto FOSTEAM@SOUTH, conta ainda com o apoio da Junta de Freguesia de Sagres, da Docapesca e da Finisterra.