Natural de Boliqueime, no concelho de Loulé, a ciclista Daniela Campos foi mais uma das estreantes portuguesas nos recentes Jogos Olímpicos de Paris, tendo vivido
“um dia único”, a 4 de agosto, apesar de ter ficado no 41.º lugar na prova de fundo, a 7.53 minutos da norte-americana Kirsten Faulkner. “Não foi nada parecido com uma medalha, não foi talvez aquilo que os portugueses esperavam, mas acho que é um resultado bastante positivo e que demonstra que tenho valor para, nuns Jogos futuros, poder disputar corridas como estas”, afirmou, na ocasião, a algarvia de 22 anos e que, por isso, está no seu último ano de sub-23.

A participação de Daniela Campos marcou o regresso das portuguesas à prova feminina de fundo dos Jogos Olímpicos, depois de Ana Barros ter participado nos Jogos de Atlanta, em 1996, há 28 anos. Mas a jovem que compete pela equipa espanhola Eneicat-CMTeam não teve muito tempo para digerir a experiência, uma vez que, logo depois, brilhou na Volta à Colômbia, tendo conquistado a Camisola da Juventude e alcançado um excelente 4.º lugar na classificação geral. Seguiu-se o Giro da Toscana, na Itália, menos conseguido, pois teve que abandonar a prova no último dia por motivos de saúde, mas uma semana depois já estava a disputar o Campeonato da Europa de Estrada, na Bélgica, onde mais uma vez deu nas vistas.

Um corrupio que nunca imaginara poder vir a ser a sua vida quando, aos 6 anos, começou a andar de bicicleta com o pai nas corridas que este fazia, com os amigos, aos fins-de-semana. “Entrei no BTT Terra de Loulé, fui ganhando o jeito e o gosto pela competição e os resultados foram aparecendo. Aos 14 anos fui chamada pela primeira vez à seleção nacional, na altura ainda em BTT, fiz BTT, estrada e pista durante dois anos, mas, depois, foquei-me na estrada e na pista, que se complementam uma com a outra. Ia transitar para os sub23, precisava optar por uma disciplina e o futuro no BTT era mais incerto”, justifica, à conversa numa das raras passagens por Loulé que a sua agenda super preenchida permite.

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Federação Portuguesa de Ciclismo