O Teatro Lethes, em Faro, deliciou-se, no dia 4 de outubro, com «Quarteto para o Fim dos Tempos» do compositor francês Olivier Messiaen. O concerto, inserido no festival Algarve Music Series, foi protagonizado por Marco Danesi (clarinete), Paolo Gorini (piano), Natasa Grujić (violino) e Isabel Vaz (violoncelo) e deu a conhecer esta peça que foi composta, entre 1940 e 1941, enquanto o artista estava preso no campo de concentração de Silésia, na Polônia, uma obra que Messiaen dedicou àqueles que dividiam com ele a penúria do Holocausto.

Recorde-se que o Algarve Music Series nasceu, em 2016, na altura como FIMCA – Festival Internacional de Música de Câmara do Algarve, para colmatar uma lacuna na região que se observava em termos de programação de concertos de música de câmara. Foi com a ajuda preciosa do, entretanto falecido, diretor do Teatro das Figuras – Joaquim Guerreiro – e com o cunho artístico da violoncelista Isabel Vaz (na época também com o violinista Eduardo Paredes) que esta empreitada começou.

A ligação de Isabel Vaz à região, cujos pais se conheceram na Ilha do Farol e cuja irmã vive em Faro, tendo passado numerosos verões da sua infância e juventude nesta terra, foi um dos principais motivos para organizar este evento no Algarve. Residente nos Países Baixos desde 2007, esta foi a forma que Isabel encontrou de retribuir algo ao seu país e em particular à região algarvia, com artistas e música que tivessem um significado especial.

Em 2018, Isabel Vaz conheceu o pianista Vasco Dantas, com quem desde então partilha a direção artística do festival e com quem trabalha também em duo. É a combinação destas duas visões que define o Algarve Music Series, um projeto que tem crescido ano após ano, assim como o público fidelizado à música de câmara.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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