O Dia Mundial da Música, 1 outubro, foi assinalado no Cineteatro Louletano com um fantástico concerto de Maria João e Carlos Bica, dois artistas incontornáveis do jazz português. A colaboração entre estas duas referências remonta aos anos 80 e ficou registada nos álbuns «Conversa» (1986) e «Sol» (1991). Após 10 anos a tocarem juntos e muitos concertos por todo o mundo, os seus caminhos separaram-se, mas, 25 anos depois, voltam a juntar-se com a cumplicidade de Gonçalo Neto (guitarra) e João Farinha (piano e teclas), dois dos mais talentosos músicos de uma nova geração de instrumentistas portugueses, para partilhar as canções do mundo em palco.
Maria João, cantora com um estilo próprio, tornou-se uma referência no domínio da música improvisada. Uma capacidade vocal notável e uma intensidade interpretativa singular valeram-lhe, não só o reconhecimento internacional, como também um lugar na galeria das melhores cantoras da atualidade. Unânimes no aplauso, crítica e público têm-na apelidado de “uma voz levada às últimas consequências”, declarando-a “uma cantora que não pára de evoluir”. E, de facto, a sua carreira tem sido marcada pela participação nos mais prestigiados festivais de música do mundo, sendo também a única artista portuguesa a ser nomeada para o Prémio Europeu de Jazz.
Carlos Bica é um dos poucos músicos portugueses que alcançou projeção internacional e se tornou uma referência no panorama do jazz europeu. Entre os vários projetos musicais que lidera, e para além das suas participações noutras áreas como o teatro, o cinema e a dança, o seu trio AZUL, com o guitarrista Frank Möbus e o baterista Jim Black, tornou-se a imagem de marca do contrabaixista e compositor.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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