De 7 a 16 de novembro, o Pedra Dura – Festival de Dança do Algarve regressa a Lagos para desafiar “um corpo erradamente fixo” e, na sua terceira edição, volta a crescer, com 37 propostas entre espetáculos, concertos, exposições, masterclasses e muito mais. O programa completo está disponível em www.festivalpedradura.com e foi dado a conhecer, em conferência de imprensa realizada nos Paços do Concelho Séc. XXI, no dia 7 de outubro. “É um festival inteiramente criado no concelho de Lagos, está integrado em todos os sentidos no Plano Estratégico Municipal de Cultura, e tenho a certeza de que vai continuar a crescer”, começou por dizer Sara Coelho, vereadora da Câmara Municipal de Lagos. “A dança é uma área de importância estratégica fundamental neste concelho, porque há um conjunto de associações e entidades que a têm como tema central e porque também é a forma de expressão artística com que o público lacobrigense em geral se identifica mais. Faz, por isso, todo o sentido investir num festival desta natureza, que apresenta uma grande diversidade de formas de trabalhar a dança. Desenvolver o pensamento crítico, envolver a comunidade, tornar as pessoas cidadãs em plena consciência do que é o exercício da cidadania, são objetivos da autarquia e a dança contribui para tudo isso”, justificou Sara Coelho.

Depois de uma segunda edição em que os eventos estiveram praticamente esgotados, as expetativas para o Pedra Dura de 2024 são altas, porque a comunidade local está, de facto, mais desperta para estas propostas. “Queremos cruzar diferentes públicos na mesma sala e contrariar o tradicional separatismo que existe nas artes plásticas”, indica Daniel Matos, com Joana Flor Duarte a garantir que as pessoas estão preparadas para assistir a espetáculos mais arrojados. “Podem não estar habituados a ver, mas vão criando proximidade com estas práticas”, observa. “Existe uma tentativa de trazer espetáculos que sejam mais convidativos ao público em geral, mas queremos que essas pessoas depois se integrem em espetáculos de maior risco, com um formato mais underground. Fala-se muito na descentralização, mas também temos que descentralizar a mente e o pensamento, o que é necessário para se ver o mundo de diferentes formas”, reforça Daniel Matos. Sara Coelho considera, entretanto, que os lacobrigenses já têm a mente mais aberta para apreciar um estilo de dança menos convencional. “A nossa grande preocupação não deve ser a quantidade de pessoas que vão aos espetáculos, mas sim levar às pessoas diferentes formas de expressão artística, estimulá-las e levá-las a abrir as suas mentes e a procurarem caminhos distintos. Só através da arte é que conseguiremos mudar o nosso mundo”, acrescentou a vereadora.

(...)

Texto: Daniel Pina

Leia a reportagem completa em: