O Festival Política passou por Loulé, de 17 a 19 de outubro, tendo a Intervenção como tema central. Foram três dias de cinema, performances, música, humor, exposições e conversas de entrada gratuita e, no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a programação convocou artistas, jovens, criadores, académicos e ativistas a desenvolverem propostas e reflexões focadas na necessidade de aumentar a participação dos cidadãos nas instituições, nos atos eleitorais e nas suas comunidades.

Para fechar com «chave-de-ouro» mais uma edição do Festival Política, Hugo van der Ding levou ao Cineteatro Louletano, no dia 19, o seu espetáculo de humor «O que importa é participar», no qual abordou diversas participações especiais que fazem parte da História de Portugal. “Como daquela vez que os padres se passaram com o rei e o puseram a andar (1245). Ou quando o povo de Lisboa mandou o bispo de Lisboa em voo pela janela da Sé (1383). Ou aquela vez em que as fiandeiras do Porto se revoltaram contra o rei, que era espanhol (1629). Ou quando, no Brasil, o Zumbi dos Palmares lançou a luta contra os portugueses (1695). Ou quando os trabalhadores das obras do Palácio de Mafra cruzaram os braços até que lhes pagassem o que deviam (1732). Ou quando os pescadores de Olhão se revoltaram contra as tropas dos franceses (1808). Ou quando um grupo de mulheres do Norte quis à força enterrar uma velha numa igreja (1846). Ou quando os tipógrafos de um jornal fazem a primeira greve fabril em Portugal (1849). Ou quando umas curandeiras burlonas chinesas quase derrubaram a República (1911). Ou quando andou tudo à batatada pela falta de batatas (1917). Ou quando, contra a ditadura do Estado Novo, se assaltou um barco (1961), um avião (1961) e um banco (1967). Terminando tudo, faz agora cinquenta anos, num dia inicial inteiro e limpo (1974)”, descreve o humorista.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Veja a reportagem completa em: