O projeto Renature Monchique, iniciado em 2019 pelo GEOTA – Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente com o apoio da Ryanair e em parceria com a Região de Turismo do Algarve, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o Município de Monchique, entrou no seu sexto ano de ação, com o objetivo de dar continuidade à reflorestação da Serra de Monchique após o trágico incêndio ocorrido em 2018, o maior na Europa naquele ano, e que consumiu quase 28 mil hectares de floresta. A ação de relançamento ocorreu no Pico da Foia, 902 metros acima do nível do mar, no dia 7 de novembro, com a apresentação dos resultados obtidos e dos objetivos estabelecidos durante a nova época de plantação, e a meta é realmente ambiciosa: chegar a 500 mil árvores plantadas até fevereiro de 2025. “Este projeto nasceu da necessidade urgente de restaurar áreas devastadas, apoiar a comunidade local na recuperação da destruição causada pelos incêndios e mitigar os impactos futuros das alterações climáticas. Até agora, conseguimos plantar mais de 383 mil árvores e apoiar 67 proprietários e suas famílias. Ao plantar mais 125 mil árvores e apoiar mais 10 proprietários, estamos a realizar um esforço conjunto e contínuo para devolver à Serra de Monchique a sua vitalidade ecológica e social”, afirmou Américo Ferreira, da Comissão Executiva do GEOTA.
Com o propósito de mudar a paisagem com espécies mais resilientes ao fogo estão a ser plantados carvalhos, sobreiros, medronheiros, castanheiros e outras espécies emblemáticas como o carvalho-de-monchique, que ocorre apenas na Serra de Monchique e na bacia do rio Mira e que se encontra «Criticamente em Perigo» segundo a Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental. “O projeto promove a recuperação ecológica das áreas afetadas pelo incêndio de 2018, fomentando a recuperação do seu potencial produtivo, sem esquecer a necessidade de incentivar a conservação das espécies autóctones tão caraterísticas da Serra de Monchique, e que tão bem representam a sua riqueza ambiental e singularidade regional. Envolve diretamente os proprietários, impulsionando uma gestão mais ativa e informada das suas propriedades, o que a médio prazo se irá traduzir na geração de valor ao nível das produções florestais mais tradicionais, como o sobreiro e o medronheiro, mas também potenciando a renaturalização de algumas áreas com espécies de elevado valor para a conservação, como são o caso do carvalho-de-monchique e do castanheiro”, referiu, na ocasião, Paulo Alves, Presidente do Município de Monchique. “No fundo, deixa uma marca que se espera de gerações neste território”.
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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e GEOTA
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