Até dia 17 de novembro respira-se cultura em Olhão, com a autarquia local, com o apoio da empresa municipal Fesnima, a levar a cabo mais uma edição do Arte Larga, evento sediado no Auditório Municipal Maria Barroso e que traz à cidade cubista dezenas de eventos nas mais diversas áreas e muitos nomes sonantes da cultura.
Exposições, música, cinema, instalações, fotografia, dança, livros, teatro, gastronomia, performances, poesia, palestras, homenagens e fantoches, fazem parte destes 18 dias de atividades para todos os gostos e sensibilidades artísticas. O primeiro dia do evento, 31 de outubro, foi feito de homenagens e emoções, tendo o pintor olhanense José Sabino, falecido em 2023, voltado a «mostrar» a sua arte através da exposição dos seus trabalhos e dos testemunhos dos amigos.
José Sabino foi uma personalidade incontornável da história de Olhão e tocou muitos dos seus conterrâneos, como ficou demonstrado durante a abertura da exposição que o homenageia. Inaugurada pelo presidente do Município, António Miguel Pina, e pelas filhas Natacha e Bárbara Sabino, foram muitos os momentos de admiração atestados ao som do piano tocado por Mário Fernandes. “José Sabino foi um amigo com quem partilhei boa parte da vida”, declarou, emocionado, o autarca olhanense na inauguração da mostra «Sabino». “Ele marcava a diferença e foi uma das grandes personalidades de Olhão. Tive a sorte de encontrar este amigo, que me marcou muito”, acrescentou ainda o edil. Já as filhas de José Sabino, Bárbara e Natacha, agradeceram a presença dos amigos, tendo Bárbara sublinhado que “esta mostra é apenas uma pequena parte do que o meu pai era”. Lembrou ainda que José Sabino era “uma pessoa de extremos, não tinha meio termo”. “Precisei de muitos anos para o entender”, admitiu.
No espaço contíguo à galeria do Auditório estão patentes duas exposições que fazem parte desta homenagem: uma da autoria dos alunos da escola secundária onde José Sabino lecionou e outra dedicada ao mar e à pesca, que muito lhe dizia, da responsabilidade de Maria Ventura. Neste primeiro dia de Arte Larga houve ainda oportunidade para assistir ao filme de Miguel Munhá «Hei-de morrer onde nasci», filmado em Olhão e nas ilhas e que conta com a participação de vários locais, entre eles José Sabino. A noite chegou com a inauguração da exposição de fotografia «Lumina», de David Afonso, seguindo-se o bailado «Murmúrios de Pedro e Inês», pela Companhia Dança em Diálogos.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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