Com 110 metros de comprimento e uma inclinação superior a 80 graus em algumas partes, a imponente e formosa Subida Impossível revelou-se uma senhora muito difícil de conquistar este ano. Entre os 31 pilotos pretendentes, apenas João Lourenço conseguiu cruzar a meta, apesar de desclassificado por ter saído fora das linhas que definem o percurso.

Nesta prova, os pilotos tentam alcançar a máxima distância possível dentro de um percurso definido no terreno, que se revela intransponível para muitos. O percurso, marcado por obstáculos naturais como pedras soltas e inclinações acentuadas, torna-se um verdadeiro teste para pilotos e máquinas. Em caso de empate, o tempo que demoraram a percorrer essa distância é o fator de desempate.

A habilidade do piloto no domínio sobre a sua máquina, aliada a muita determinação, são fundamentais para o sucesso, desafiando os limites de ambos. A complexidade do terreno leva os pilotos e máquinas ao limite, empurrados pelos incentivos do público. Tudo isto temperado com muita adrenalina, paixão por motos e espírito desportivo. Por isso, este tipo de evento não é apenas uma prova de destreza e resistência, mas também um momento de união e camaradagem entre os motociclistas e o público, que vibra e incentiva os participantes em cada tentativa. O público, fiel e entusiasta, reúne-se ao longo da pista para acompanhar cada tentativa, incentivando os pilotos e aplaudindo cada metro conquistado.

Além do desafio físico e técnico, este é um evento que reforça a amizade entre os participantes e a comunidade, celebrando o motociclismo fora de estrada num cenário natural deslumbrante. O evento respira uma atmosfera de festa, com bancas de comida, merchandising, expositores de motos e atividades para os mais novos, como o batismo de mini moto de cross. Realizada há mais de duas décadas, esta prova atrai pilotos de várias regiões e nacionalidades, sendo um evento especial para amantes do motociclismo.

Luis Romão sagrou-se bicampeão da Subida Impossível com a marca de 72 metros e 50 centímetros, repetindo o feito de 2023, seguido de Luís Oliveira e Yves Barange, com 70 metros e 60 centímetros nos segundo e terceiro lugar respetivamente. Esta classificação repetiu-se na Classe TT2. Quanto à classe TT1, teve como vencedor João Lourenço, com a marca de 58m, seguido de Luís Oliveira no segundo lugar do pódio com a marca de 53m e Luís Romão no terceiro posto, com a marca de 35,80.

A edição de 2024 trouxe algumas novidades a nível audiovisual e conforto, nomeadamente a transmissão da prova para um ecrã LED e a colocação de uma bancada, que representaram claras mais valias para o evento. Este ano, o público presente teve mais uma vez oportunidade de ver na pista o antigo decacampeão mundial de motocross Stefan Everts. Apesar de não ter tido um desempenho assinalável, o que também não era o mais importante, deixou um registo de simpatia para miúdos e mais crescidos.

O evento, de características e dificuldade únicas, realiza-se anualmente em Silves, organizado pelo Moto Clube de Albufeira em parceria com o Município de Silves.