Janeiro começa no Cineteatro Louletano com teatro, com a peça «Zero.Ponto.Zero», pela Companhia de Atores, numa coprodução entre o movimento Sou Quarteira e o Cineteatro Louletano. A peça, protagonizada pela atriz Cláudia Semedo, com texto de Ana Lázaro, aborda o tema do abandono escolar, mas não só, fala de possibilidades. A protagonista, a Pioneira 0.0. poderá abandonar a escola. É essa decisão que irá mudar o percurso da sua vida e de todos os outros com quem se irá cruzar e relacionar - numa rede infinita de pessoas e acontecimentos que surgirão a partir desse momento. Tal como ela aprendeu, cada pequeno gesto pode mudar o rumo dos acontecimentos em cadeia, daqui até ao outro lado do mundo. «Zero.Ponto.Zero» tem uma sessão para o público em geral, a 10 de janeiro, às 21h, precedida de várias sessões para escolas.
No dia 11 regressa a Loulé uma das maiores bandas de pop/rock portuguesas: os GNR. O concerto tem como «tronco» principal a comemoração dos 45 anos do grupo e incluirá temas icónicos como «Asas», «Pronúncia do Norte», «Morte ao Sol» e «Efectivamente». O espetáculo, marcado para as 21h, contempla o recurso de Língua Gestual Portuguesa, para pessoas Surdas.
No dia seguinte, 12, cumpre-se o já tradicional Encontro de Charolas e Janeiras de Loulé, organizado pela AGAL – Associação Grupo dos Amigos de Loulé. Este encontro celebra os cânticos natalícios, bem como as canções ligadas ao Ano Novo e aos Reis no cancioneiro popular português e, em particular, na tradição oral algarvia. O encontro, agendado para as 15h, conta com a participação do Grupo de Janeiras da AGAL (Rancho Folclórico de Loulé), da Charola das Barreiras Brancas – AGAL, da Charola da Casa do Povo da Conceição de Faro, do Grupo Coral de Quarteira, da Charola do Grupo Desportivo e Cultural dos Machados, da Charola da Casa do Povo da Conceição de Tavira e da Charola Mocidade União Bordeirense.
No dia 14, às 21h, inicia-se o novo ciclo do Filme Francês do Mês, organizado pela Alliance Française. A seleção de alguns dos melhores filmes franceses contemporâneos será exibida mensalmente no Auditório do Solar da Música Nova, com legendagem em português. A começar, em janeiro, o filme «Marinette», que acompanha a luta pela sensibilização para os direitos das mulheres no desporto.
A 17 há teatro, com «Quem Cuida do Jardim», pela Causas Comuns, uma coprodução do Cineteatro Louletano criada por Cristina Carvalhal, com interpretações de Alice Azevedo, Bruno Huca, Carla Bolito e Diogo Freitas. Em 2008, Cristina Carvalhal dirigiu «Cândido ou o Optimismo», uma adaptação da obra de Voltaire que no final nos deixa uma enigmática sugestão: «devemos cuidar do nosso jardim». É desse enigma que surge este espetáculo, a partir de uma pesquisa sobre o percurso das sociedades pré-históricas até à atualidade, com especial enfoque na Europa. A peça para o público em geral é às 21h e conta com o recurso de Audiodescrição para pessoas cegas e/ou com baixa visão. Há também uma sessão para escolas, mais cedo, no mesmo dia, às 10h30. Antes, no dia 15, há um workshop de entrada gratuita (com inscrições via formulário) das 18h às 21h, no Palácio Gama Lobo, orientado por Cristina Carvalhal e Nuno Pinheiro (criadora e assistente de direção, respetivamente). O mesmo workshop repete-se a 16, mas dirigido aos alunos da Escola Secundária de Loulé.
No dia 18, sábado, retornam os «Concertos Crescendo» ao Auditório do Solar da Música Nova, sempre às 11h30. Estes concertos, de entrada gratuita e com uma duração aproximada de 30 minutos, são organizados pelo Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado e pretendem dar a conhecer o trabalho de alunos e professores desta escola de música, aproximando a música clássica ou erudita da comunidade.
Nesse mesmo dia arranca a Monstrare – Mostra Internacional de Cinema Social, que regressa à cidade de Loulé, celebrando a sua 11.ª edição de 18 a 25 de janeiro. Abraçando diferentes públicos e diferentes faixas etárias, a Monstrare, organizada pelo Loulé Film Office, possibilita o visionamento de curtas e longas-metragens recentes, nacionais e internacionais, explorando distintas problemáticas sociais. O evento está inserido na programação da Algarve Film Week, acompanhado por iniciativas variadas tais como workshops, encontros da indústria e ainda os Prémios Cinetendinha.
No dia 19, domingo, às 10h e 11h30, o Cineteatro Louletano recebe a peça «Tocas», pela Companhia Caótica. A peça é dirigida especialmente a crianças e/ou famílias e é um espetáculo sem palavras que fala da nossa necessidade de uma casa e de afeto. Uma peça que parte do som, de tocar, mas que fala também daquilo que queremos para as nossas vidas: muitos toques dentro da toca. Dois músicos-performers estão no meio do público, abolindo o dentro-fora, o palco-plateia. Toda a gente a partilhar a mesma toca, protegendo-se e cuidando uns dos outros.
Também no domingo, mas à tarde, no Auditório do Solar da Música Nova, retorna o ciclo «Ilustres Desconhecidos», com um pianista que, apesar de não muito conhecido pelo grande público, já tem créditos firmados dentro e fora do país. O pianista e compositor Máximo iniciou a formação musical aos sete anos no Conservatório de Lisboa e hoje estuda Composição de Jazz na Codarts Rotterdam. Apesar da sua formação clássica e formal, Máximo tem feito incursões autodidatas na composição de peças originais desde os 6 anos de idade, revelando desde cedo uma particular aptidão para a fusão de vários estilos musicais. «Máximo – Greatest Hits» foi lançado em março de 2023, com um concerto no LuxFrágil, em Lisboa. Depois do primeiro álbum elogiado pela imprensa portuguesa, o compositor e pianista lançou «PANGEA», uma metáfora para a necessidade de uma sociedade unificada e mesmo coletiva, livre da eco-ansiedade individual na luta contra a crise climática.
A 26 de janeiro, domingo, o Cineteatro Louletano acolhe mais um grande nome da música portuguesa: o flautista e compositor Rão Kyao. Mestre da flauta de Bambu, é considerado um dos mais importantes e versáteis músicos /compositores nacionais. Rão Kyao tem-se distinguido pela sua persistente vontade em redescobrir o Oriente. Em palco, é um guia que nos transporta por diversas paragens – por Portugal e pelo Extremo Oriente, onde estudou e aperfeiçoou a sua notável técnica como instrumentista. O concerto está agendado para as 17h.
No dia 30, às 21h, há dança, numa criação de Daniel Matos, com produção de Cama Associação Cultural, sendo intérpretes e cocriadores Lia Vohlgemuth, Elia Pangaro e Joana Simões. «A Pedra, a Mágoa» parte da observação de pedreiras abandonadas em território nacional, analisando a aceleração de decomposição dos espaços em imagens e comparando-as à ideia social do conceito de família. Posicionando-se na fronteira entre o público e o privado, o coreógrafo procura uma velocidade que conduza o espectador a um espaço mitológico de acolhimento e disrupção e contemplação, através de milhares de imagens por segundo.
A fechar o mês, no dia 31, às 21h, outro grande concerto, desta vez pela Orquestra do Algarve. Dirigida pelo novo maestro titular Pablo Urbina, a orquestra traz-nos o repertório de música orquestral do britânico Malcolm Arnold. Para aprofundar o conhecimento da sua linguagem, a Orquestra do Algarve propõe uma ligação entre dois autores, juntando-lhe ainda a compositora britânica Ruth Gipps, cuja música nunca foi ouvida em Portugal. O concerto nesta viagem à «Linhagem Britânica» termina com uma visita a uma das sinfonias londrinas de Franz Joseph Haydn, lembrando as profícuas viagens do compositor à capital inglesa, de que resultaram algumas das suas mais importantes sinfonias.