O Cineteatro Louletano acolheu, de 8 a 10 de janeiro, a peça «Zero.Ponto.Zero», da Companhia de Actores / Sou Quarteira, com encenação e texto de Ana Lázaro e interpretação de Cláudia Semedo.
Em «Zero.Ponto.Zero» convida-se os espectadores a entrarem num zeptosegundo, que é a bilionésima parte de um bilionésimo de segundo, ou seja, é a medida mais curta de tempo que existe. É também a medida de tempo que a Pioneira 0.0. demorará a abandonar a escola, se assim o decidir, uma opção que irá mudar o seu futuro, o percurso da sua vida, e de todos os outros com quem se irá cruzar e relacionar, numa rede infinita de pessoas e acontecimentos que surgirão a partir desse momento. Porque, tal como ela aprendeu, cada gesto pequenino pode mudar o rumo de acontecimentos em cadeia, que podem ir daqui até ao outro lado do mundo. Por exemplo, a destruição dos Recifes de Coral na Austrália faz subir o nível do mar, que por sua vez provoca a erosão nas praias, que põe em risco a casa onde vive a Pioneira 0.0. e o parque onde brinca com os amigos.
Ana Lázaro lembra que “as coisas que fazemos e dizemos uns aos outros podem parecer pequeninas, mas têm consequências gigantes”. “Por isso, há muitos caminhos dentro da cabeça da Pioneira que ela pode seguir, muitos Universos de possibilidades. Desistir? Ir trabalhar? Ficar paralisada? Estudar? Mas, por enquanto, nada disto aconteceu. Por enquanto, estamos no momento zero, com ela, presos na partícula de tempo onde tudo pode acontecer”, descreve a encenadora.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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