Vítor Neto foi reeleito, a 20 de dezembro do ano transato, Presidente da Direção do NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve para o triénio 2025-2027, sendo que, para a Presidência da Mesa da Assembleia Geral, foi eleito Joel Pais, em representação da Solverde – Sociedade de Investimentos Turísticos da Costa Verde, S. A., enquanto para a Presidência do Conselho Fiscal foi eleito Alberto Mota Borges, em representação da ANA – Aeroportos de Portugal, S. A.

A tomada de posse dos novos eleitos ocorreu logo após o processo de contagem de votos, porque os desafios são muitos e os projetos também, e a nossa conversa com o experiente empresário e dirigente associativo começa com uma frase sua que já se tornou célebre – “O Algarve não tem turismo a mais, tem é os outros sectores a menos” – para saber como está o tecido empresarial da região neste arranque de novo ano. “O turismo é uma atividade importantíssima e que produz riqueza no Algarve e em Portugal de uma forma claríssima e a nossa preocupação deve ser em continuar a melhorar esse desempenho. Não considero que foi o desenvolvimento do turismo que prejudicou os outros sectores, mas sim as políticas dos governos de há várias décadas a esta parte que deixaram que os outros sectores se empobrecessem, nomeadamente a agricultura e a agroindústria. As políticas da União Europeia também não nos ajudaram muito em termos de agricultura, pelo que esses sectores recuaram e perderam força”, responde Vítor Neto.

As quebras nos sectores primários e secundário foram, entretanto, compensadas pelo boom do turismo, de tal forma que o Algarve acaba por ter um rendimento per capita superior à média nacional, feito apenas partilhado pela Área Metropolitana de Lisboa. “Temos que nos atualizar e capacitar para responder aos novos desafios do turismo, pois existe uma grande concorrência europeia e mundial. Se não nos prepararmos, não adequarmos a nossa oferta, não melhorarmos a nossa qualidade, se não tivermos uma estrutura de resposta capaz, podemos perder a nossa posição no turismo. Por outro lado, tendo em conta as potencialidades e os recursos existentes na região, os recursos da terra e do mar, há que reativar atividades que possam equilibrar a nossa estrutura económica”, analisa o dirigente, reconhecendo que esse trabalho já está a ser feito na agricultura, mas ainda não é suficiente. “Abandonamos a pesca, mas o mar está aí para o aproveitarmos de forma sustentável, e não podemos esquecer as novas tecnologias”, acrescenta.

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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