Um ano depois do triunfo de Jaime Faria e uma semana após Frederico Ferreira Silva, o Open Internacional de Ténis de Vila Real de Santo António voltou a sagrar um campeão português. Depois de superar o amigo Frederico Silva no terceiro set da meia-final, realizado de manhã, Gastão Elias venceu o derradeiro encontro da sexta edição do torneio, com uma exibição irrepreensível diante do britânico Ryan Peniston (440.º), bem traduzida nos parciais de 6-2, 6-1. “Foi uma semana excelente, não podia ter acabado melhor, com vários jogos complicados, com muitos dias sem sentir a jogar o meu melhor ténis, mas as boas semanas são mesmo assim. Tentei arranjar soluções e acabei por jogar o melhor no último dia, que era o mais importante. Joguei um excelente terceiro set com o Fred de manhã e mais dois excelentes sets à tarde”, afirmou Elias (378.º), que iniciou o último dia de competição às 10 horas. No reatamento da meia-final, interrompida na véspera a 5-5 do segundo set, Frederico Ferreira Silva (288.º) acusou o desgaste, mais mental que físico, de muitos dias a competir e não conseguiu encontrar soluções para contrariar o ténis do compatriota.
Elias venceu, por 6-7 (2/7), 7-5 e 6-1, mas a noite também não foi fácil. “Estava muito chateado, tive oportunidade de fechar o segundo set, quando servi a 5-4, sentia-me muito cansado, frustrado, difícil de adormecer após um dia muito intenso, saímos às sete da tarde e logo, às 10 horas na manhã seguinte, tive de começar a carburar. Feliz por conseguir fazer um reset e acabei por ter um dos dias mais consistentes destas duas semanas”, revelou o tenista de 34 anos, feliz pela forma como entrou no derradeiro encontro do torneio: “Joguei a final no mesmo registo com que acabei a meia-final, foi o dia em que senti melhor a bola, cometi muitos poucos erros não forçados desde a meia-final. Estava preocupado e com algumas dúvidas sobre se iria conseguir voltar ao meu registo, mas mantive a consistência. A certo momento, senti que ele não tinha resposta para o meu jogo e desesperado por não lhe dar nenhuma abertura e quando o vi a sair do plano de jogo dele, cresci ainda mais, joguei melhor e foi um dia digno de ganhar um troféu”.
Depois receber o troféu das mãos do presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, pela conquista do 17.º título no circuito profissional (e primeiro desde 2022), Elias mostrou-se cauteloso sobre se irá competir na próxima semana. “Vou ver como me sinto amanhã, estou com algumas mazelas, vou ver como recupero. Obviamente que gostaria de aproveitar todos os torneios que se realizam em Portugal, mas já não tenho 18 anos e tenho de ser inteligente a escolher bem onde vou competir”, declarou o tenista da Lourinhã. Quanto aos próximos meses, os objetivos de Elias são claros: “Entrar no qualifying de Roland-Garros e jogar challengers o mais rápido possível, o que poderia fazer já amanhã, mas com o meu ranking teria sempre de jogar no qualifying e, não sendo cabeça-de-série, teria encontros bastante duros para ganhar poucos pontos e pouco dinheiro. Vou tentar subir um pouco mais no ranking para entrar diretamente”, concluiu Elias.
O 6.º Open Internacional de Ténis de Vila Real de Santo António foi organizado pelo Clube de Ténis de Vila Real de Santo António, com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e da Federação Portuguesa de Ténis, e distribuiu 30 mil dólares (cerca de 29 mil euros) em prémios monetários.