Depois da estreia, a 20 de março, na Casa das Artes de Famalicão, a peça «Lembra-te dos Meus Pecados», uma nova e desafiante releitura de Hamlet, vai a cena, no dia 5 de abril, no Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa. Com texto e encenação do premiado autor catalão Pau Masaló, parte da obra-prima de William Shakespeare para a reinterpretar através de um diálogo intergeracional inesperado: um talent show onde jovens atores profissionais e pessoas idosas sem experiência teatral competem para alcançar a sua melhor interpretação da peça mais icónica do teatro ocidental.
«Lembra-te dos Meus Pecados» explora a dúvida perpétua que paralisa o príncipe da Dinamarca questionando o nosso próprio papel na história e no tempo. Ao confrontar atores de diferentes idades, Pau Masaló reflete sobre o medo da morte, o arrependimento e as decisões que moldam a nossa vida. Esta descodificação inovadora transforma a inércia e melancolia do protagonista num diálogo vivo entre gerações, valorizando a experiência acumulada e a sabedoria partilhada. Num mundo de incertezas, onde as fronteiras entre a realidade e a ilusão se desvanecem, o espetáculo convida o público a um exercício profundo de autorreflexão e questionamento.
O premiado encenador e dramaturgo catalão, fundador do projeto «Contenidos Superfluos» e da Editorial Superflua, continua aqui a explorar temas universais através da sua abordagem marcadamente visual e política ao teatro contemporâneo. Assim, Hamlet, o «melancólico trágico» por excelência, é o ponto de partida para um espetáculo descontraído e, por vezes, cómico, onde a dúvida e a inércia são confrontadas com a coragem de viver e de errar. Tudo isso num cenário que remete para um filme de zombies, onde o absurdo e o sublime se misturam.
Produzida pela Momento – Artistas Independentes, em coprodução com a Casa das Artes de Famalicão, o Teatro Diogo Bernardes, o Auditório Carlos do Carmo e o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, a peça é interpretada por Diogo Freitas, Clara Nogueira, Teresa Arcanjo e quatro atores a definir em audição pública.
