Há cerca de 15 anos que nenhum clube algarvio estava representado numa equipa ou seleção nacional de ginástica acrobática, um feito que volta agora a ser alcançado graças aos brilhantes desempenhos do par misto pré-youth Lourenço Cartaxo e Noa Rodrigues, do CEDF – Clube Educativo e Desportivo de Faro, que vão participar no 32.º Campeonato Europeu de Ginástica Acrobática a ter lugar, de 8 a 14 de abril, no Luxemburgo. Uma enorme alegria para toda a «família» do CEDF e que é o culminar de um trabalho que começou a ser desenhado, em 2021, por Telmo Dias, antigo atleta do Gimnofaro Ginásio Clube e Ginástica Clube de Loulé, finalista do Campeonato da Europa e do Mundo e agora treinador do CEDF e Selecionar Territorial do Algarve de Ginástica Acrobática. “Começamos com uma equipa infantil, todos pequeninos e, volvidos três anos e meio, termos atletas na equipa nacional, é um tremendo orgulho”, admite durante um treino na sede do clube, na Estrada do Passeio Ribeirinho, em Faro.

Convém esclarecer que, na ginástica, a ida a uma seleção nacional funciona de forma diferente, por exemplo, do futebol. De facto, primeiro um par ou grupo tem que conseguir apurar-se para um Campeonato da Europa ou do Mundo e só depois é integrado na seleção nacional (no caso dos seniores) e na equipa nacional (nos restantes escalões). “Qualquer atleta pode participar nos apuramentos, inscreve-se e percorre as várias etapas, mas é muito difícil cumprir com os mínimos e o lugar do ranking. Neste caso, o Lourenço e a Noa vão no escalão pré-youth, depois há os youth, juniores e seniores”, explica Telmo Dias, declarando que percebeu logo o potencial que este par tinha para dar cartas na acrobática. “É normal, de ano para ano, alterarem-se os grupos, as estratégias, os planos, porque os miúdos vão crescendo, há pares que se tornam em trios e vice-versa. Este é o único par que está exatamente inalterado desde o início deste projeto, a pensar que, dali a quatro anos, iriamos estar nesta luta. Claro que, na altura, toda a gente me chamava maluco, porque a Noa tinha apenas 6 anos e o Lourenço 11, e eu já estava a fazer planos para o escalão 11-16”, recorda.

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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