Num futuro distópico, Ewa é sequestrada por uma Ordem que apaga as suas memórias, tornando-a vulnerável à manipulação. Sem lembranças de quem foi, ela é levada a acreditar que tem uma missão vital para a sociedade. A manipulação da memória é usada como arma para moldar a sua natureza e a manter sob controlo. Paralelamente, a Criadora Teatral – a narradora da história de Ewa – enfrenta as suas próprias dúvidas, questionando o papel da violência na sua obra e a sua responsabilidade ao perpetuar imagens de opressão. Num jogo entre a verdade e a ficção, a Criadora insere-se na trama, metaforizando a sua luta interna entre o poder de contar a história e as distorções que essa história pode gerar.

Este é o enredo de «Memo», a peça que a louletano Marlene Barreto levou ao Cineteatro Louletano, a 8 de março, Dia da Mulher. Com texto, criação e interpretação de Marlene Barreto, consultoria dramatúrgica de Stella Faustino e revisão dramatúrgica de Clara Bevilaqua, Helena Ales Pereira, Júlia Medina e Madalena Palmeirim, a peça teve pesquisa e investigação de Angélica Vedana, Brume Dezembro, Júlia Medina, Leopoldina Fekauamãle, Luzia Oca e Stella Faustino, numa produção geral da «Mescla Associação Cultural» que teve residências artísticas no Cineteatro Louletano ( Loulé), Casa da Escada Colorida (Rio de Janeiro), Companhia Olga Roriz (Lisboa), Auditório da Biblioteca de Marvila (Lisboa) e Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova) e apoio financeiro da DGArtes.

«Memo» é uma coprodução da Mescla Associação Cultural e Cineteatro Louletano, tendo apoios do CRIA – Centro de Pesquisa e Investigação Antropológica, Município de Idanha-a-Nova.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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