O Serviço de Proteção Civil e Defesa da Floresta da Câmara Municipal de Lagos deu a conhecer, no dia 10 de março, os resultados da primeira fase da implementação do Programa Municipal de Desfibrilhação Automática Externa de Lagos, numa sessão que contou com as intervenções do edil Hugo Pereira, do Coordenador Municipal de Proteção Civil, Márcio Regino, e do CEO da Ocean Medical, Marco Castro. Para além desta apresentação e enquadramento do PMDAE, foram igualmente entregues certificados de agradecimento às entidades parceiras do programa, bem como de equipamentos DAE à Proteção Civil de Lagos, Polícia Municipal de Lagos, Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana e Polícia Marítima.
O PMDAE de Lagos é uma iniciativa do Município de Lagos que visa melhorar a resposta a situações de emergência, nomeadamente em casos de paragem cardiorrespiratória, promovendo a segurança e o bem-estar da população, sendo o segundo maior programa do género da região algarvia, apenas atrás do seu congénere de Albufeira. Tem como objetivo principal a instalação de desfibrilhadores automáticos externos em locais estratégicos e a formação de operacionais que possam utilizá-los, de forma eficaz, com vista a aumentar as taxas de sobrevivência e diminuir os danos associados a paragens cardiorrespiratórias. “Este não é apenas um projeto, é um compromisso real com a segurança e o bem-estar da nossa comunidade. Preparar, capacitar e proteger, três missões com um único objetivo: um Lagos mais seguro”, começou por dizer o enfermeiro Luís Bravo.
No uso da palavra, o Coordenador Municipal de Proteção Civil, Márcio Regino, lembrou que a formação dos mais de 500 operacionais foi ministrada pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagos, existindo, neste momento, 24 desfibrilhadores automáticos externos localizados em diversos espaços públicos e na própria via pública das diferentes freguesias. “A doença cardíaca isquémica é uma das principais causas de morte no mundo e, de ano para ano, notamos o aumento de ocorrências de paragem cardiorrespiratória, pelo que é importante haver cada vez mais desfibrilhadores disponíveis, bem como pessoas formadas para evitar estas mortes. O cidadão tem aqui um papel limitado e temporário, mas primordial, porque, quando os profissionais de saúde chegarem ao local, se já estiverem a ser executadas manobras de suporte básico de vida, as probabilidades de sobrevivência aumentam bastante”, assegurou o responsável.
Quanto mais equipamentos estiverem disponíveis, e mais pessoas estiverem formadas, mais vidas se conseguem salvar, e para isso há que transmitir estes conhecimentos à comunidade, e a começar logo pelas escolas, considera Márcio Regino. “É muito gratificante vermos os agrupamentos de escolas de Lagos a solicitarem-nos a realização destas ações de sensibilização, os mass trainings, a que se somam várias parcerias estratégicas com as forças de segurança, a Santa Casa da Misericórdia, as Juntas de Freguesia”, referiu. “Queremos uma comunidade cada vez mais resiliente e preparada para lidar com esta problemática que não escolhe idades”, reforçou o Coordenador Municipal de Proteção Civil, acrescentando que as quatro principais escolas do concelho já estão equipadas com desfibrilhadores automáticos externos, designadamente, a Escola Júlio Dantas, a Escola Tecnopólis, a Escola Gil Eanes e a Escola Básica das Naus. “Desde que implementamos o programa, foram realizados 58 cursos de suporte básico de vida com desfibrilhação, perfazendo 392 horas de formação certificada, a que acrescem os treinos operacionais regulares”, sintetizou o responsável.
A finalizar a sessão, Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, sublinhou que “as máquinas, sozinhas, não salvam vidas, é preciso voluntários para receberem formação adequada para as utilizar quando, infelizmente, elas são necessárias”. “Entendemos que, para o programa ser efetivamente eficaz, teríamos que arrancar em força, colocando desfibrilhadores automáticos externos nos locais onde eles são obrigatórios, mas também noutros onde se verificam aglomerados de pessoas, como as escolas e a Santa Casa da Misericórdia. Há que agradecer a todos os parceiros que desde a primeira hora disseram «presente», mas isto só agora é que começou, para que Lagos esteja o melhor preparado possível para aquele acaso que acontece quando menos se espera. A saúde, a vida, é o bem mais precioso que temos e devemos estar prontos para auxiliar quem precisa de ajuda, e quando precisam dela”.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Veja a reportagem completa em: