O Algarve já tem aprovados cerca de 14,5 milhões de euros de fundos ao abrigo do programa MAR 2030, destinados sobretudo à promoção dos setores da pesca, aquacultura e transformação de produtos do mar. Estes primeiros dados reportam-se às aprovações iniciais do MAR 2030 e foram divulgadas na sessão pública dedicada ao desenvolvimento da inovação na economia azul, realizada no dia 18 de junho, no auditório dos serviços regionais de agricultura e pescas no Patacão.

O evento marcou o lançamento oficial da Plataforma de Inovação Colaborativa da Economia do Mar, um dos domínios prioritários da estratégia regional de especialização inteligente (EREI ALGARVE), dinamizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P.. Durante a sessão, foram apresentadas tendências emergentes e oportunidades estratégicas no domínio do mar, algumas já consignadas no Plano de Ação produzido no contexto do projeto ATLAZUL, cofinanciado pelos Fundos Europeus, no contexto do Interreg Espanha Portugal (POCTEP), com destaque para o Hub Azul Olhão, uma infraestrutura de inovação financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 4,7 milhões de euros, centrada na capacitação em biotecnologia azul, aquacultura e robótica. A intervenção de enquadramento esteve a cargo de Carlos Pinho, da equipa executiva do Fórum Oceano, entidade responsável pelo cluster nacional da economia do mar.

Decorreu de seguida uma mesa-redonda sobre o potencial transformativo regional nas diferentes áreas temáticas (recursos endógenos, conhecimento científico e tecido produtivo inovador) dinamizada pelo CRIA (Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia) da Universidade do Algarve, com a participação do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), os Laboratórios Colaborativos S2AquaColab e GreenColab e Nautiber - Estaleiros Navais do Guadiana. Os cerca de 50 participantes foram ainda envolvidos numa dinâmica de grupo, organizado pelo NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve, no âmbito do projeto INOVA ALGARVE 3.0, com o objetivo de sinalizar necessidades de investimento e capacitação na fileira do mar, bem como projetos concretos a desenvolver no futuro próximo.

No final, houve ainda oportunidade para uma visita breve às obras de requalificação em curso visando transformar as instalações do antigo laboratório de sanidade animal num dos mais modernos centros de competitividade em algas, e seus usos, designadamente na produção agrícola e na aquicultura. Com este exercício concluiu-se que, na parte dos setores mais tradicionais do domínio (pesca, aquacultura e transformação de produtos do mar), existe uma maior atenção em assegurar melhores condições na governação, licenciamentos e apoios, enquanto nos setores emergentes, como a biotecnologia azul, as prioridades centram-se na transferência do conhecimento científico para as empresas.

As atividades da plataforma irão prosseguir com o objetivo de reunir as entidades e empresas interessadas em lançar e participar em desafios de inovação no setor, iniciando as bases de ações colaborativas, conducentes a projetos integrados com financiamento nacional ou europeu.