Faleceu, no dia 14 de junho, Teresa Rita Lopes. A conhecida escritora nasceu em Faro, em 1937, e estudou no Liceu de Faro, onde teve o primeiro contacto com a obra de Fernando Pessoa, na biblioteca da atual Escola Secundária João de Deus. No seu percurso e registo destacam-se a sua inscrição como sócia número 1333 da Associação de Socorros Mútuos “Protetora dos Artistas”; em 1952 escrevia no então “A Voz da Juventude“, impresso na Tipografia União; no ano 2005 integrava a coletânea “A cidade e o mar na poesia do Algarve”, editada no quadro de Faro Capital Nacional da Cultura; em 2009 deixava a sua identidade em “O Sul dos Meus Sonhos”, para além das inúmeras e contínua presença na Casa Álvaro Campos, em Tavira, onde em 2011 dirigiu e impulsionou o I Encontro Internacional Álvaro de Campos, o engenheiro de Tavira.
Viveu em Paris, entre 1969 e 1982, onde foi professora na Université de la Sorbonne Nouvelle, tendo aí defendido a tese de doutoramento “Fernando Pessoa et le drame symboliste – héritage et création” (1975), publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1977. Foi professora catedrática de Literaturas Comparadas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Desde 1965, a sua investigação incidia particularmente sobre Fernando Pessoa, dirigindo, desde 1987, o IEMO Grupo Interdisciplinar de Estudos Pessoanos e Modernistas.
Com inúmeros livros editados no domínio do ensaio, da poesia, do conto e do teatro, teve algumas das suas peças e montagens de textos de Pessoa sido representadas, não só em Portugal, mas também, em tradução, no estrangeiro. Recebeu vários prémios, nomeadamente, para a poesia, o Prémio Cidade de Lisboa (1988) e o Prémio Eça de Queirós (1997), e para o ensaio, o Grande Prémio de Ensaio Unicer/Letras & Letras (1989), o Prémio Pen Club (1990) e o Prémio de Teatro APE (2001). Integrava a Academia de Ciências.
Em 2019 foi agraciada com a Medalha de Mérito Grau Ouro pelo Município de Faro e, em 2024, a Medalha Municipal de Mérito do Município de Tavira.
Foto: Município de Oeiras