O Festival Tanto Mar, uma coprodução da Folha de Medronho – Associação de Artes Performativas de Loulé e da Câmara Municipal de Loulé, levou a cena, no dia 21 de maio, no Cineteatro Louletano, a peça «Cabral, a última lua de Homem Grande».

Com encenação de Flávio Hamilton a partir do romance de Mário Lúcio Sousa, nesta coprodução Sikinada – Companhia de Teatro (Cabo Verde) e Teatro Art'Imagem (Portugal), um homem, cuja identidade não se pode precisar de forma clara, irrompe a cena. Está tudo calmo. Tem, contudo, a súbita impressão de que é atingido. Duvida, no entanto, por breves instantes: “Deram-me um tiro?”. Um outro através de si se revela, do imo dos mistérios. Algo lhe diz que a hora chegou. Que hoje é o seu último dia. A sua lua derradeira. A última luta?

Homem Grande encontra-se, porém, sereno, consciente que morrerá, de pé, como uma árvore secular. O relógio, omnipresente, vai impondo a sua matemática de subtração, indiferente a tudo, estabelecendo a ordem dos acontecimentos. Chegou a hora de todas as horas. Medo? Nem por isso. Ele nunca foi deste mundo; soube-o desde sempre.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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