O Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) assinala o seu 30.º aniversário, no dia 19 de julho, pelas 15h, no Auditório do Museu de Portimão, com uma homenagem ao seu cofundador, António Borges Coelho, o lançamento de um livro e duas palestras. O programa conta também com outras iniciativas, surpresas e momentos musicais pelo Grupo Coral Adágio e pelo músico Afonso Dias.

Destaca-se a apresentação do livro «António Borges Coelho, Historiador e Mestre», que conta com estudos historiográficos sobre a obra do professor. Coordenada pela cofundadora e atual presidente do ICIA, Maria da Graça Ventura, e editada pela Colibri, a publicação é enriquecida por testemunhos de amigos e antigos alunos. Esta é uma obra que nasce no seio desta associação portimonense, cuja história se entrelaça de forma inegável com a vida e a obra do professor Borges Coelho.

A comemoração do aniversário inclui ainda uma intervenção de Ana Isabel Soares, professora da Universidade do Algarve (UAlg), relacionada com o «Associativismo e Individualismo», e uma outra proferida pelo professor Vítor Serrão, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), com o tema «O historiador-operário». A cerimónia, para a qual estão convidados todos os associados do ICIA, amigos e ex-alunos do professor António Borges Coelho, conta ainda com a presença de Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve e com o Diretor do Centro de História da Universidade de Lisboa, José da Silva Horta. “Homenagear o professor António Borges Coelho é também celebrar o percurso de uma instituição que ele ajudou a fundar e que, ao longo de três décadas, se afirmou como um espaço de diálogo, investigação e partilha cultural entre as margens do Atlântico e do Mediterrâneo”, sublinha a direção do ICIA.

Em 1975, António Borges Coelho foi responsável pela criação do Centro de Apoio de Faro da Faculdade de Letras de Lisboa, que está na origem da Universidade do Algarve. Mais tarde, entre 1995 e 2005, enquanto presidente do ICIA, contribuiu para a divulgação da história na região, através das Jornadas de História Ibero-americana. O caminho que percorreu como cidadão e historiador levou a que a UAlg lhe atribuísse, em 2009, o Grau de Doutor Honoris Causa. Num dos muitos exemplos que podem ser apontados, o Instituto de Cultura recorda o protocolo com a FLUL, a UAlg e o Município de Portimão para a criação de três cursos de mestrado, lecionados entre 1998 e 2005 nesta cidade.

Fundado em 1995 por um grupo de historiadores e investigadores de Portugal, Espanha e Brasil, o Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) nasceu do impulso de promover o estudo e a divulgação da cultura e da história dos países ibéricos, dinamizando o diálogo entre povos atlânticos e mediterrânicos. Foi precisamente neste grupo que se destacou António Borges Coelho, um dos cofundadores que assinalou em 21 de julho de 1995 a escritura pública de criação do ICIA com Nuno Mergulhão, presidente da Câmara Municipal de Portimão naquela data, a representar a autarquia. Neste coletivo, a participação ativa dos escritores Nuno Júdice e Lídia Jorge na atividade do ICIA, autores que foram presidentes da Assembleia Geral, é também destacada pela associação portimonense.

Ao longo destas três décadas, o Instituto de Cultura consolidou-se como uma verdadeira plataforma de inovação, cidadania e cosmopolitismo, promovendo muitas atividades. Colóquios, conferências, encontros literários, viagens culturais, edições e parcerias académicas têm vindo a enriquecer o tecido cultural da região e do mundo ibero-atlântico. Nas variadas ações promovidas por este Instituto, ganham realce as Jornadas de História Ibero-americana, entre 1995 e 2005. Em paralelo, na área da literatura a edição de revistas como a Atlântica, a Meridional e a Zeus, a organização de diferentes iniciativas de promoção do livro e a celebração de efemérides literárias, onde é destacado o papel do patrono de Portimão, Manuel Teixeira Gomes, são apenas alguns dos exemplos da importância do ICIA na dinâmica cultural do concelho.