Portimão é mais uma vez a primeira cidade portuguesa a receber a exposição World Press Photo (WPPh) e a inauguração, no dia 20 de julho, na antiga Lota, contou com a presença de um dos fotojornalistas premiados, mais concretamente da palestiniana Samar Abu Elouf. Aquela que é considerada a maior e mais prestigiante exposição de fotojornalismo do mundo, resultante do concurso que anualmente é promovido pela World Press Photo Foundation, pode ser apreciada, até 10 de agosto, das 18h às 00h, sendo um dos vários eventos de dimensão internacional integrados na agenda cultural «É Verão, é Portimão», da Câmara Municipal de Portimão.
Com curadoria da Associação Cultural Música XXI e apoio do Município de Portimão, a 68.ª World Press Photo (WPPh) revela as melhores imagens captadas em 2024, num retrato plural dos acontecimentos mais impactantes do ano. Conflitos, crise, identidade de género ou as consequências das alterações climáticas são alguns dos temas centrais desta edição, por terem marcado e continuarem a marcar a atualidade mundial.
No emblemático edifício à beira-rio são apresentadas as 42 fotografias vencedoras, selecionadas de entre um total de 59 mil e 320 imagens a concurso, da autoria de 3 mil e 778 fotógrafos de 141 países. As imagens premiadas convidam os visitantes a olhar para além do tradicional ciclo noticioso e a envolverem-se em histórias de todo o mundo, que se destacam num cenário político e mediático mundial em rápida transformação, como foi o de 2024. São histórias de luta e desafio, mas também de calor humano e coragem e foram selecionadas por um júri internacional independente pela sua qualidade visual e compromisso com a representação diversificada.
A «Foto do Ano 2025» é da autoria da palestiniana Samar Abu Elouf, de Doha, e foi tirada para o «The New York Times». A sua lente captou Mahmoud Ajjour, uma criança palestiniana com 9 anos de idade, que ficou gravemente ferida enquanto fugia de um ataque israelita em Gaza, tendo perdido os dois braços. Os restantes vencedores captaram momentos significantes que decorreram em locais como Quénia, Myanmar, Haiti, El Salvador e Geórgia. Também se destacam retratos inesperados de figuras políticas nos Estados Unidos da América e na Alemanha, bem como histórias humanas de resiliência, incluindo a de um adolescente transgénero dos Países Baixos ou a de uma jovem ucraniana traumatizada pela guerra.
A interação entre humanos e animais, com imagens de elefantes na Zâmbia e macacos na Tailândia, além dos efeitos das alterações climáticas em desastres registados no Peru, Brasil e Filipinas ganham também um lugar de honra nesta seleção que torna visível o melhor fotojornalismo do mundo. De entre os distinguidos encontra-se também a portuguesa Maria Abranches, com o projeto autoral «MARIA».
O concurso engloba imagens de África, Ásia, Europa, América do Norte e Central, América do Sul e Sudeste Asiático e Oceânia, registando-se este ano um aumento do número de distinguidos em relação a 2024, passando de 33 para 42 vencedores.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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