A Sala da Assembleia de Freguesia de Boliqueime foi palco, no dia 23 de agosto, do lançamento do livro «Caminhos da Vida», de Domitília Gonçalves, uma obra que é uma verdadeira homenagem às memórias, aos afetos e à identidade do Algarve de outrora. Um conjunto de histórias reais que evocam a simplicidade da vida e os valores humanos que continuam a moldar a alma desta freguesia do concelho de Loulé, um autêntico resgate da memória coletiva de várias gerações boliquemenses, e que foi apresentado pelo Padre Pedro Manuel. Perante uma sala repleta de familiares e amigos da autora, Carlos Silva Gomes, presidente da Assembleia Municipal de Loulé, afirmou ainda que “a poesia é uma luz no mundo cinzento, e por vezes negro, em que vivemos no passado recente, atormentados pela possibilidade de uma terceira guerra mundial”.

Domitília Gonçalves começou a escrever poesia aos 50 anos e, desde então, nunca mais parou. “Mas esta obra esteve difícil de sair, pedi-lhe várias vezes para compilar os seus versos para que os pudéssemos editar em livro”, recordou Nélson Brazão, presidente da Junta de Freguesia de Boliqueime, ao que a autora respondia frequentemente que “aquilo não tem assim tanto jeito”. “Para além de ser uma obra poética, é também histórica, porque nos permite revisitar imagens que estavam guardadas no meu, e nos nossos, baús de memórias. Foi uma alegria relembrar os tempos do candeeiro a petróleo, o ir buscar água aos poços, as carroças, as vivências de casa com as limitações de então, os bailes e os amores e desamores. Nesta obra terão a oportunidade de conhecer o que era Boliqueime em várias épocas”, descreveu o autarca.

Com uma escrita simples, a obra permitirá às gerações vindouras recordarem “o quão difíceis foram uns tempos que não foram assim há tanto tempo”. “A Junta tem o dever de promover a cultura e a vila de Boliqueime tem muitos artistas. Muitas vezes a importunei, o desafio foi lançado tantas vezes, até que finalmente o aceitou e este livro tornou-se, felizmente, uma realidade. Parabéns Dona Domitília por presentear Boliqueime e o mundo com esta obra”, finalizou Nélson Brazão.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Veja a reportagem completa em: