O Serviço Municipal de Proteção Civil de Vila Real de Santo António e a Autoridade Marítima Nacional realizaram, no dia 4 de agosto, uma ação de sensibilização junto da população e visitantes de Cacela Velha, com o objetivo de alertar para os perigos associados ao atravessamento daquela zona lagunar. Durante a iniciativa, foram distribuídos panfletos informativos a banhistas e estabelecimentos locais, desaconselhando a travessia a vau (a pé) até às ilhas barreira localizadas em frente à aldeia. Esta prática, comum nos meses de verão, coloca em risco a segurança dos veraneantes, especialmente durante a maré vazante, quando as correntes se tornam mais fortes e imprevisíveis.
Já em anos anteriores, a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António tinha lançado alertas a desaconselhar a prática balnear nesta zona do concelho, sublinhando que, apesar de muito procuradas, as ilhas barreira em frente a Cacela Velha não são uma unidade balnear e, como tal, não dispõem de nadadores-salvadores nem de assistência a banhistas. Na altura, a autarquia reforçou que quem atravessa a vau (a pé), para chegar até junto do mar, “coloca em causa a sua própria segurança, principalmente quando a maré se encontra a vazar, uma vez que as correntes são fortes e puxam para o mar”.
Nos últimos anos, a travessia a vau na zona de Cacela Velha tem originado múltiplas situações de risco. Só no verão passado, entre junho e outubro, cerca de 60 pessoas tiveram de ser resgatadas pelos elementos do projeto «SeaWatch». Há dois anos, os números foram semelhantes, e nos últimos dias voltou a ser necessário efetuar mais um resgate, que evitou um possível afogamento. Apesar dos esforços das equipas móveis do Instituto de Socorros a Náufragos e dos elementos do projeto «SeaWatch», a vigilância naquela área não é permanente, pelo que o socorro em situações de emergência pode não ser assegurado em tempo útil.
A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António recorda ainda que o território de Cacela Velha e toda a sua envolvente integram uma zona de elevada sensibilidade ecológica, cuja beleza rara e diversidade natural importa conservar e proteger.