O Centro de Arte Contemporânea da Fortaleza de Sagres inaugura a exposição «sangue na guelra», de Angelo Gonçalves, no dia 8 de agosto, pelas 18h. O título resgata uma expressão portuguesa que sintetiza a essência da exposição: evoca, nas palavras da curadora Mirian Tavares, o “peixe [que], antes de morrer, debate-se, resiste, o seu gesto último é de luta e não de resignação”.
Assumindo o carácter provocador da criação artística e a sua capacidade para confrontar a sociedade com o tempo presente e as inquietações atuais, a exposição de Angelo Gonçalves é composta de abrigos precários, concebidos a partir de restos, desperdícios e fragmentos de um mundo insustentável. Ao serem utilizados como matéria-prima em criações artísticas que nos permitem estabelecer paralelos com inquietações dos nossos dias, adquirem novos significados. “Angelo Gonçalves tem sangue na guelra. (…) O artista não cruza os braços, traz-nos o vermelho vivo da tinta que escorre pelas obras, o sangue da guelra dos peixes que lhes permite, ainda que por breves instantes, resistir”, refere Mirian Tavares.
«sangue na guelra» tem a curadoria de Mirian Tavares e Pedro Cabral Santo, membros do Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve, e pode ser visitada todos os dias, até 16 de novembro.