Depois de ter participado em 2013, o artista urbano ADD FUEL (nome artístico de Diogo Machado) assina a co-curadoria da 14.ª edição da Arturb – Artistas Unidos em Residência, que acontece em Lagos, de 12 a 26 de setembro. Juntamente com a artista Fitijane (Sofia Fortunato), convidaram para esta edição os criadores Antonyo Marest (Espanha), Eric Ve (Alemanha), James Klinge (Escócia), Kiã (Portugal) e Moami (Portugal), cujas obras exploram linguagens distintas dentro da arte urbana contemporânea.

Projeto pioneiro em Portugal dedicado à promoção e investigação da arte urbana, fundado em 2011, o ARTURb – Artistas Unidos em Residência é uma iniciativa com sede em Lagos, que tem acolhido ao longo das suas edições artistas de diferentes nacionalidades, fomentando o diálogo entre práticas artísticas globais e a identidade cultural local. Caracterizado pelas residências artísticas, o ARTURb enche as ruas de Lagos de arte urbana em setembro de cada ano.

Patrícia Mariano (Portugal) é a artista convidada para realizar um mural comunitário na Rua das Operárias Conserveiras, Chinicato, de 22 a 26 de setembro. A apresentação pública dos resultados da residência terá lugar a 27 de setembro, pelas 18h, no LAC – Laboratório de Actividades Criativas, a antiga prisão de Lagos. Além da inauguração da exposição, o programa inclui um workshop aberto à comunidade, uma conferência dedicada à reflexão sobre a arte urbana contemporânea e, a encerrar, um DJ set, sublinhando o espírito de encontro e celebração que caracteriza o ARTURb.


ADD FUEL é o nome artístico do artista contemporâneo português Diogo Machado. Celebrado pela sua abordagem inovadora às formas de arte tradicionais, é conhecido pelos seus padrões elaborados, reinterpretações arrojadas e meticulosa atenção ao detalhe — concebendo composições com múltiplas camadas que conjugam a elegância intemporal do património cultural com uma linguagem visual contemporânea. Natural de Cascais, Portugal, o seu percurso artístico começou cedo, com uma fascinação pelo desenho e uma paixão por criar mundos imaginários. Influenciado pela estética da cultura do skate, do punk rock, do graffiti, dos videojogos e dos desenhos animados, a sua arte reflete a energia dinâmica da vida urbana, propondo também perspetivas novas e de vanguarda sobre a identidade cultural.

Em 2008, atraído pela geometria, ritmo e riqueza cultural dos azulejos portugueses, iniciou uma exploração e reinvenção desta arte secular. As suas obras inspiradas em azulejos combinam de forma harmoniosa elementos decorativos tradicionais com uma sensibilidade marcadamente contemporânea, criando composições visualmente envolventes e conceptualmente profundas. Através de técnicas como repetição simétrica, trompe-l'œil e padrões em camadas, convida o público a descobrir narrativas escondidas e a refletir sobre o que se encontra para além da superfície dos seus desenhos minuciosos. Trabalhando com uma diversidade de meios, desde pequenos painéis de azulejo a murais monumentais, instalações cerâmicas personalizadas, esculturas e edições limitadas, ADD FUEL tem vindo a redefinir o azulejo como meio de exploração cultural e de diálogo.

As suas intervenções de arte pública encontram-se espalhadas por várias cidades em Portugal, França, Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Austrália, Itália e Tunísia, entre muitos outros lugares por todo o mundo. Estas intervenções refletem sempre o seu compromisso em ligar comunidades ao seu património cultural, transformando espaços urbanos em territórios dinâmicos de interação e reflexão. ADD FUEL tem apresentado o seu trabalho em exposições individuais e coletivas em instituições de prestígio, incluindo o Petit Palais e a Galerie Itinerrance em Paris, a StolenSpace Gallery e a Saatchi Gallery em Londres, o Wynwood Walls e a Fabien Castanier Gallery em Miami, a Subliminal Projects em Los Angeles, bem como o Museu Nacional do Azulejo e a Underdogs Gallery em Lisboa. As suas exposições celebram as camadas complexas e as narrativas multifacetadas do seu trabalho, convidando o público a explorar e experienciar tanto a sua beleza estética como a sua ressonância cultural.