Para outubro, o Cineteatro Louletano sugere uma programação diversificada e vibrante, onde se cruzam diferentes linguagens artísticas em coproduções e estreias que espelham o pensamento e originalidade da criação contemporânea. Ao longo do mês, e depois das obras de intervenção num palco agora totalmente renovado, o público poderá assistir a concertos, peças de teatro, performances de dança, cinema e festivais, em vários espaços do concelho, sempre com a aposta clara em dialogar com vários públicos, promovendo, em simultâneo, o acesso à cultura.
A abrir a programação, a 1 de outubro, o Dia Mundial da Música é celebrado com Weill & Friends, um concerto pela Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves, que homenageia Kurt Weill através de peças emblemáticas. Entre elas, o Concerto para Violino e a Suite da Ópera dos Três Vinténs, num programa que cruza música clássica, jazz e cabaret, evocando a força crítica e emocional do compositor. O concerto é no Cineteatro, às 21h.
No dia 4, também às 21h, mas no Auditório do Solar da Música Nova, o percussionista Álvaro Cortez apresenta «Híbrido», um espetáculo em colaboração com o pianista João Bastos, onde a música erudita e popular se fundem num jogo dinâmico de contrastes que desafia fronteiras estéticas e promove novas sonoridades.
A 5 de outubro, domingo, às 17h, o Cineteatro Louletano apresenta uma coprodução com o Teatro do Vão. Trata-se de uma versão de «O Lago dos Cisnes», uma reinterpretação do clássico do bailado em linguagem teatral, que subverte a ideia de cânone ao integrar corpos diversos e múltiplas perspetivas sobre o belo, num espetáculo com recurso de audiodescrição (para cegos e/ou pessoas com baixa visão). A sessão terminará com uma conversa sob o tema «O Lago como paisagem», orientada por Laura Falésia, licenciada em Filosofia e Gestão, editora e estratega para a inclusão, identidade e diversidade de género.
Entre 6 e 10 de outubro, no Pavilhão Multiusos de Almancil, decorre «Uma Cadeira na Montanha», um projeto de leitura encenada de Mónica Samões e José Pelicano organizado com as escolas, realizado com crianças, que explora de forma lúdica a linguagem e o som, resultando numa peça vocal partilhada com a comunidade. O resultado é apresentado no sábado, dia 11, às 11h30, numa sessão de entrada gratuita. É uma coprodução do Cineteatro Louletano.
Nos dias 9 e 10, outra coprodução do CTL. A companhia Terra Amarela apresenta «Mãos Minhas», uma criação coletiva que transforma o mistério de um museu e das suas obras em pretexto para refletir sobre língua, história e património, com recursos de acessibilidade como Língua Gestual Portuguesa e legendagem. No dia 9, há uma conversa com o encenador, Marco Paiva, no Café Calcinha, às 18h, e a sessão para o público em geral é no dia 10, às 21h, mas há também antes várias sessões para escolas, às 10h30 e às 14h30, bem como oficinas para alunos Surdos e ouvintes.
Segue-se, a 11 de outubro, às 21h, «F de Fiama», por UmColetivo, nova coprodução do CTL que mergulha no universo poético de Fiama Hasse Pais Brandão, explorando as suas palavras e imagens como matéria de cena, numa experiência teatral de grande densidade lírica. No dia 12, às 21h, a cantora Flor, filha do célebre cantor brasileiro Seu Jorge, apresenta-se no Auditório do Solar da Música Nova. Com apenas 22 anos, a artista funde influências brasileiras, afro-sambas, bossa nova e sonoridades contemporâneas do jazz e R&B, num concerto que promete marcar pela autenticidade e frescura.
O ciclo de cinema Filme Francês do Mês traz, a 14 de outubro, às 21h, o filme «La Bataille de Solférino» (2013), de Justine Triet, uma comédia dramática que acompanha uma jornalista em plena cobertura política, num enredo onde o passado pessoal irrompe no presente profissional, desafiando fronteiras entre vida e trabalho. No dia 16, o bar do Cineteatro acolhe uma conversa promovida pelo Clube do Espectador Emancipado, com o título «Uma programação feita por todos. É possível?». A conversa, organizada pela associação AORCA em parceria com o Cineteatro Louletano, arranca às 18h.
A 17 de outubro, também às 21h, o coreógrafo algarvio José Laginha estreia «Carmen, Me Sem! – Carmen Sou Eu», em coprodução com o Cineteatro Louletano. É uma adaptação livre do clássico de Bizet, em que música cigana, dança e projeções se cruzam, numa celebração festiva que transforma todos em intérpretes e faz ecoar múltiplas vozes femininas.
No sábado, dia 18, o ciclo Crescendo regressa ao Auditório do Solar da Música Nova, às 11h30, com os jovens músicos do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado, num concerto gratuito que permite acompanhar o talento em formação e criar momentos de partilha musical com a comunidade. Ainda nesse fim de semana, no domingo 19, às 17h, o grupo infantojuvenil «Que Cena!», da Nave do Barão, apresenta «Barrigas e Magriços». É um espetáculo apoiado pela Bolsa de Apoio ao Teatro de Loulé que mergulha na imaginação e criatividade juvenil, dando voz e corpo às histórias e inquietações de jovens intérpretes.
Entre 23 e 25 de outubro, realiza-se em vários espaços de Loulé o Festival Política, um encontro tendo como epicentro o Cineteatro Louletano que cruza cinema, performances, música e debates. O Política (coprodução CTL) reflete sobre democracia, direitos humanos e cidadania e terá, como habitualmente, várias ações com as escolas locais. Conta com interpretação em Língua Gestual Portuguesa em todas as sessões.
A 26 de outubro, às 17h, o Cineteatro Louletano acolhe o Concerto pela Paz, organizado pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, que evoca a resistência contra a guerra e celebra a solidariedade entre os povos através da música. No dia 29, às 18h, o Palácio Gama Lobo recebe o Fórum ATOS, iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com o Município de Loulé, que convida artistas, coletivos e comunidade a refletir sobre práticas artísticas participativas e o papel da cultura na democracia contemporânea.
A encerrar a programação do mês, no dia 31, o novo palco do Cineteatro Louletano acolhe «Aquela Canção Sobre o Fim», de Mário Coelho: uma comédia ácida e ao mesmo tempo trágica, que revisita encontros de amigos à luz da mitologia grega, levantando questões sobre a cultura do cancelamento e os dilemas das relações atuais. É uma coprodução do Cineteatro Louletano, para ver às 21h.