Depois de, em outubro de 2024, Júlio Resende ter lançado o disco «Filhos da Revolução» dedicado ao 25 de abril e ao fim das guerras coloniais – com dezenas de concertos por todo o país e por todo o mundo, incluindo Philharmonies esgotadas – agora, em 2025, volta ao estúdio para gravar o seu primeiro disco em dueto, com Bruno Chaveiro na guitarra portuguesa, «Piano Português Namora Guitarra Portuguesa».
Pode um piano namorar uma guitarra? “Eu diria que sim. E as pessoas que namoram, aprendem uma com a outra? Quando amam e são espertas, sim, quando não desejam crescer, não. Acho que o meu «Piano Português» nasceu e cresceu da minha relação longa com o Fado e com a escuta atentíssima da guitarra portuguesa”, responde o compositor e pianista olhanense. “Este é um disco que pretende mais uma vez caminhar, com um pé colocado no território dos nossos antepassados e amá-los dessa maneira, e o outro pé colocado sobre um outro caminho – alternativo, renovado, eventualmente até inovador – para esse som. Mas isso não me compete a mim decidir. Eu só caminho. E este disco é o resultado de eu procurar sempre lembrar-me de quem sou e de onde vim”, acrescenta.
Pioneiro do género Fado Jazz, Júlio Resende une forças com Bruno Chaveiro, um dos talentos mais notáveis da guitarra portuguesa, num dueto singular e emocionalmente rico que estabelece uma ponte entre tradição e inovação. Em 2020, a dupla lançou o seu primeiro álbum colaborativo, «Fado Jazz Ensemble», através da Sony Music em Portugal e da prestigiada editora alemã de jazz ACT Music para o resto do mundo. O projeto recebeu aclamação crítica pela fusão ousada e natural de dois mundos distintos: a alma do fado e a liberdade do improviso do jazz.
Perante o absoluto sucesso, Resende e Chaveiro regressaram ao estúdio em 2023, em quarteto, para gravar o seu segundo álbum, «Filhos da Revolução», aprofundando ainda mais a sua exploração de música que cruza géneros com autenticidade e virtuosismo. Em 2024, iniciaram a primeira tour em dueto pelos Estados Unidos, com espetáculos esgotados em Washington, Nova Iorque e São Francisco. A cada apresentação, cativaram públicos e críticos, consolidando o seu lugar em importantes festivais internacionais, como o Jazzaldia (também com dois concertos esgotados).