Volvidos três anos sobre a implementação do programa «Prato Sustentável» nos estabelecimentos do ensino pré-escolar e escolas do 1.º ciclo de Albufeira (setembro de 2022 a junho de 2025), o Município conseguiu reduzir a pegada ambiental nas refeições escolares de forma bastante significativa, graças à introdução de uma dieta rica em vegetais. Neste período foram servidos cerca de 190 mil pratos sustentáveis nas 21 escolas do concelho que aderiram à iniciativa. “Os portugueses consomem quatro vezes mais carne do que é recomendado, pelo que é extremamente importante este esforço da autarquia destinado à alteração dos hábitos alimentares das famílias, começando precisamente pelos mais pequeninos, pelas crianças que frequentam os nossos estabelecimentos de ensino”, defende o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo. O autarca sublinha que o programa foi complementado com a realização de ações práticas de capacitação das cozinheiras (os) responsáveis pela confeção dos pratos vegetais e workshops para pais e encarregados de educação, os quais foram muito bem aceites.

O programa que tem por objetivo promover hábitos de alimentação saudável e sustentável com vista a reduzir a pegada ecológica, resultou de um protocolo firmado entre o Município de Albufeira e a Associação Vegetariana Portuguesa e foi dinamizado pela ProVeg Portugal, organização sem fins lucrativos que procura consciencializar a população para a importância de uma alimentação rica em vegetais, considerando que um sistema alimentar mais justo, sustentável e saudável é parte de uma solução integrada e multidimensional. Assim, durante um dia por semana, no primeiro ano, e depois uma vez por mês, foi confecionada uma refeição de base vegetal para todos os alunos, com as leguminosas como principal fonte proteica, o que permitiu aumentar a diversidade alimentar das refeições escolares e a redução do impacto ambiental associado a alimentos de origem animal.

No âmbito do programa, a ProVeg Portugal realizou um estudo que permite concluir que a pegada de carbono dos pratos cuja fonte proteica é vegetal, nomeadamente as leguminosas e derivados foi, em média, duas vezes inferior à pegada de refeições confecionadas com proteína animal; a pegada hídrica duas vez inferior e o uso do solo 3.7 vezes inferior; o que resultou numa poupança de 162 toneladas de carbono, 22 milhões de litros de água e 261 mil metros quadrados de solo. “O impacto positivo é significativo e evidencia o papel das escolhas alimentares na mitigação das alterações climáticas”, referem os responsáveis pelo estudo, realizado de acordo com metodologia científica que permitiu calcular as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), o consumo de água (litros) e o uso do solo (metros quadrados por ano), associados à produção dos diferentes alimentos que compõem os vários pratos.