O Festival EmRaizArt regressou em 2025 para celebrar a sua quinta edição, consolidando-se como uma referência no panorama das artes performativas para a infância e juventude em Portugal. Organizado pela Associação Teatro Experimental de Lagos, em parceria com o Município de Lagos e os agrupamentos escolares Júlio Dantas e Gil Eanes, o festival aliou arte, educação não formal e sustentabilidade, criando pontes entre o meio urbano e o rural através da cultura.

Deste modo, de 29 de setembro a 5 de outubro, a Quinta Velha, no coração do montado de sobreiros milenares do Cotifo, transformou-se num espaço único de celebração da criatividade, inclusão e encontro entre comunidades, oferecendo uma programação diversificada que cruzou espetáculos internacionais, workshops, palestras e experiências imersivas. A edição de 2025 do Emraizart dedicou os primeiros quatro dias a grupos escolares do primeiro, segundo e terceiro ciclos, proporcionando espetáculos e workshops em áreas como circo, teatro, construção criativa e permacultura, bem como formações para professores, acompanhadas por um Manual de Boas Práticas do EmRaizArt que permite dar continuidade às aprendizagens em sala de aula.

A sexta-feira foi especialmente dedicada à acessibilidade cultural, aberto a públicos com capacidades diversas e escolas vindas de fora do concelho, promovendo a inclusão de comunidades que frequentemente ficam à margem da oferta cultural. No fim de semana, o festival abriu-se às famílias, com dois dias de programação que incluíram espetáculos internacionais, uma fanfarra itinerante, workshops e palestras, criando momentos de partilha e convivência entre gerações.

Na programação artística, o festival apostou exclusivamente em companhias internacionais de circo contemporâneo e teatro físico, privilegiando espetáculos acessíveis e multilingues. Entre os destaques encontravam-se «Ça Va Péter», da companhia belga À La Maleta, que combina malabarismo, humor e interatividade num espetáculo explosivo; «Gustavo La Vita», do italiano Andrea Farnetani, um clown poético que reflete sobre a fragilidade e a alegria da vida; e «V.O.G.O.T.», da companhia Masawa de França, que explora os cinco sentidos. A programação contou ainda com a presença da Orquestra Ligeira de Lagos, que, através de uma fanfarra itinerante, trouxe energia, música e momentos de celebração coletiva ao recinto.

O festival ampliou a sua proposta artística através de workshops e palestras que exploraram a criatividade, a educação e a sustentabilidade, para adultos e famílias. As atividades incluíram oficinas de clown, narrativas infantis, conversas participativas, circo, construção criativa e práticas de permacultura, orientadas por artistas nacionais e internacionais. Professores e educadores beneficiaram de formações específicas, com destaque para Gabriela Espinosa, que abordou o corpo e a criatividade na educação.

A sustentabilidade voltou a ser um dos eixos centrais do EmRaizArt e as mascotes do cartaz Cortiça e Bolota ganharam vida no recinto, interagindo com o público e transmitindo mensagens de sensibilização ambiental, reciclagem, uso responsável da água e respeito pela biodiversidade. O recinto convidou ainda ao piquenique e ao convívio em espaços com jogos tradicionais, reforçando a ligação entre comunidade, natureza e cultura.

No final, o Festival EmRaizArt reafirmou-se, mais uma vez, como um espaço de experimentação artística, formação e acessibilidade, promovendo a arte como ferramenta de encontro, reflexão e transformação social.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Teatro Experimental de Lagos

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